Padtec prevê 2022 desafiador devido a inflação e taxa de juros

Desorganização das cadeias logísticas globais também devem afetar os resultados nos próximos meses. Mesmo assim, empresa espera melhora da margem.

A fabricante brasileira de equipamentos para redes ópticas Padtec apresentou prejuízo de R$ 4,47 milhões no trimestre de janeiro a março de 2022. Houve aumento de custos na comparação ano a ano, sem que a expansão da receita, que cresceu 8,8%, para R$ 93,7 milhões, acompanhasse no mesmo ritmo. A companhia também diz que houve redução das margens em função da venda de um mix de produtos de valor mais baixo. A prevê recuperar a margem perdida nos próximos meses.

A unidade de negócios de equipamentos baseados na tecnologia DWDM representou 89% da receita da empresa nesse trimestre, com um crescimento de 14,9%, se comparado ao mesmo período de 2021.

Em relação ao último trimestre do ano passado, a receita operacional da Padtec registrou uma queda de R$ 23,6%. Segundo Renato Jordão, CFO e diretor de Relações com Investidores da companhia, isso se deve à sazonalidade típica do setor em que a empresa atua.

“Os investimentos nessa área costumam ser menores nos primeiros trimestres do ano, uma vez que muitas empresas ainda estão concluindo seus planos de investimento e a previsão de dotação orçamentária. Além disso, em 2022, fatores macroeconômicos locais e globais, como o aumento da inflação e da taxa de juros e a pressão por custo nas cadeias logísticas, deverão ser desafios importantes para o setor e para os negócios”, esclarece.

A empresa fechou o trimestre com endividamento líquido de R$ 1,7 milhão, frente a uma dívida bruta de R$ 78,3 milhões. A companhia tem a receber de clientes nos próximos meses R$ 57,7 milhões, por contratos de crédito para aquisição de seus produtos.

A Padtec investiu R$ 10,6 milhões em pesquisa e desenvolvimento, o que representa hoje 14% da receita, no primeiro trimestre, mantendo a média de investimentos nessa área em  cerca de 13% da receita anual.

O investimento em P&D rendeu três novas patentes de invenção no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Com isso, a empresa alcançou a marca de seis patentes concedidas, de um total de mais de 15 depositadas.

Além disso, a empresa anunciou a assinatura de três contratos de financiamento com recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (FUNTTEL), do Ministério das Comunicações, visando o desenvolvimento de soluções para redes 5G. O acordo faz parte da estratégia da empresa para os próximos anos, que tem como objetivo entrar no mercado de comunicações móveis 5G.

Carlos Raimar, CEO, revela que os planos para  o futuro incluem a continuidade da condução de seus negócios com foco em crescimento nos mercados local e internacional, rentabilidade e inovação tecnológica para o desenvolvimento de novas linhas de produtos e serviços, com níveis de competitividade cada vez mais elevados. Raimar ressalta que “dessa forma, a empresa continuará exercendo o propósito de oferecer ao mercado soluções e serviços de telecomunicações cada vez mais avançados”.

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Da Redação

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