Smart car, sem luxo

Com um chip, que pode ser instalado em qualquer veículo, a Vivo aposta nos carros inteligentes, com sistema de geolocalização e roteador Wi-Fi, que poderá conectar até cinco celulares dentro do veículo.
Rodrigo Gruner, diretor de Serviços Digitais e Inovação da Vivo

[infobox title=’Vivo‘] 2º Lugar

Categoria Operadoras de Serviços de Comunicações

Serviço inovador: Vivo Car[/infobox]

Por Wanise Ferreira

[O Tele.Síntese vai publicar ao longo das próximas semanas as reportagens publicadas no Anuário Tele.Síntese de Inovação 2020, editado no final do ano passado e que pode ser baixado na íntegra e gratuitamente aqui]

A Vivo vai lançar uma forte campanha publicitária para chamar a atenção dos proprietários de veículos mostrando a eles como poderão rapidamente transformar seus carros em smart cars. Sem parcerias com montadoras, o Vivo Car quer falar diretamente com os motoristas e, dessa forma, democratizar o acesso a um serviço que traz três funcionalidades: um hot spot dentro do automóvel, geolocalizador e telemetria.

O Vivo Car teve seu piloto realizado no ano passado e estava pronto para ser lançado no início de 2020 quando a pandemia do coronavírus provocou medidas de restrição da mobilidade. Mas, agora, a empresa acredita que o mercado já está preparado para o produto. “Ele faz parte do nosso conceito de oferta de serviços digitais além da conectividade”, observa Rodrigo Gruner, diretor de serviços Digitais e Inovação da Vivo.

O executivo lembra que praticamente todos os modelos de carros desde 2010 possuem uma porta de dados OBDII (diagnóstico de bordo) que, normalmente, serve para a análise da parte eletrônica do carro. É justamente nesse espaço que a Vivo propõe que seja embarcado o dispositivo Vivo Car, composto por um chip. O próprio cliente
pode instalar o equipamento.

A partir daí, o motorista instala o aplicativo Vivo Car em seu smartphone e passa a se beneficiar dos serviços oferecidos. Ele terá, por exemplo, um roteador Wi-Fi que poderá conectar até cinco celulares dentro do veículo. Por meio do sistema de geolocalização, ele pode receber uma série de informações como saber se o carro está
sendo movimentado, alertas sobre excesso de velocidade, acompanhamento de viagens, rotas e outros pontos.

Segundo Gruner, com a telemetria, o motorista terá informações sobre a saúde do carro e será alertado no caso de algo que não esteja funcionado de acordo. A conexão poderá ser feita em diversos espectros e plataformas, como 2G, 3G e 4G. E permite o acesso à internet nos carros de clientes de qualquer operadora, apenas o plano do Vivo Car tem de ser exclusivo da empresa.

Para a Vivo, hoje existem soluções embarcadas nos veículos que saem de fábrica com serviços semelhantes. Mas a empresa considera que isso tem atendido aos modelos de luxo. O que reforça o diferencial do Vivo Car é justamente permitir os mesmos benefícios sem que o cliente tenha de trocar de automóvel. A base de clientes da Vivo será a primeira a ser abordada com essa oferta.

“É um serviço para diferentes públicos, ele pode atender famílias que vão apreciar a conexão dentro do carro ou mesmo aqueles que adoram automóveis e se preocupam em ter um cuidado maior com o veículo”, ressalta o executivo. O Vivo Car é um plano com franquia de 40 Gbytes. Gruner não descarta conversas com montadoras para produção embarcada de tecnologia em veículos, porém para produtos mais voltados para o mercado B2B. No ano passado, a operadora anunciou um acordo com a Mercedes-Benz para oferecer, a partir deste ano, toda a conectividade para seus caminhões inteligentes. “O Vivo Car é um produto totalmente B2C, voltado para o consumidor final”, completa.

Mas há outras possibilidades de parcerias para esses produtos com empresas que estejam próximas ao consumidor na área automobilística. Gruner, no entanto, evita dizer de quais áreas seriam esses parceiros, uma vez que, por enquanto, não há acordos fechados.

Com essa iniciativa, a Vivo também quer reforçar sua estratégia de se posicionar no mercado como uma empresa que vai além dos serviços já oferecidos por uma empresa de telecomunicações, gerando uma percepção de valor agregado ao consumidor. Gruner enfatiza que outros serviços digitais similares serão lançados ainda este ano.

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