Atualização de sistema para Pix da Matera reduz 30% do custo com infraestrutura

Metade das transações instantâneas feitas pela empresa já migraram para a nova plataforma. Matera responde por 10% das transações totais via Pix
Atualização de sistema para Pix da Matera reduz 30% do custo com infraestrutura
Carlos Netto, CEO da Matera: “Processadores mais eficientes e leves aumentam em até 30% a velocidade das operações de Pix” | Foto: divulgação

“Quando o avião foi inventado, foi preciso criar o aeroporto e melhorar essa estrutura ao longo do tempo”, diz Carlos Netto, chief executive officer (CEO) da Matera, empresa de tecnologia que desenvolve soluções para o setor financeiro. E por que ele está falando ao DMI, portal de informação sobre o sistema financeiro digital e de crédito do Tele.Síntese, sobre avião e aeroporto? É para comparar com o Pix e a necessidade de se aprimorar cada vez mais a estrutura que sustenta a ferramenta de transações financeiras instantâneas.

“A conta corrente é o aeroporto do avião e ela começou a receber um volume de transações de forma que nunca tinha acontecido. Ou seja, tínhamos um bom aeroporto para o Pix, mas tivemos de fazer um novo para conseguir segurar esse crescimento acima do esperado”, conta o executivo.

Para se ter ideia desse aumento, em 2023, foram realizadas mais de 42 bilhões de transações via Pix, 75% a mais em relação ao ano anterior. Este ano, até novembro, segundo dados do Banco Central (BC), o Pix ultrapassou 93 bilhões de transações, mais que o dobro do número de 2023.

Para dar conta dessa demanda crescente, a Matera, que tem 10% do market share do serviço de Pix, aprimorou recentemente a estrutura da ferramenta que oferece aos seus clientes. A solução da Matera que processa as transações via Pix foi desenvolvida utilizando nuvem. Para melhorar o desempenho da ferramenta, a empresa migrou o sistema para a nova família de processadores Graviton. O resultado disso foi uma redução de cerca de 20% na estrutura de nuvem.

“São processadores muito mais eficientes e leves, que aumentam em até 30% a velocidade das operações. Além de permitir a escalabilidade do Pix, significa redução de custos para as instituições financeiras”, diz Netto.

Segundo o executivo, o custo de infraestrutura fica entre 10% e 30% menor. Com melhor eficiência energética, o software também faz com que haja cerca de 60% menos emissão de carbono. Daí, o apelido Pix verde dado pela Matera para a nova estrutura. Atualmente, metade das operações de Pix feitas pela plataforma da empresa já migraram para a nova plataforma.

Agenda do Pix

De acordo com a agenda do Banco Central (BC), ainda há novas funcionalidades do Pix para serem implantadas. Uma delas, o Pix por aproximação, já está em fase de testes pela maioria das instituições financeiras. O objetivo é que a modalidade seja lançada, de forma geral, para os usuários, em fevereiro de 2025.

Já o Pix automático, que será utilizado em pagamentos recorrentes, como contas de luz, água, streaming, academias etc, tem previsão de lançamento em junho do próximo ano.

No radar do BC tem ainda o Pix internacional. “Imagina você viajar e pagar com Pix no exterior. Não será para agora, mas daqui a pouco terá um aplicativo que funcionará como uma rede global de pagamentos”, afirma Netto sobre o futuro dos pagamentos instantâneos.

Além da dimensão de utilização global que o Pix pode tomar, o CEO da Matera acredita que a estrutura ainda vai permitir o desenvolvimento de muitos negócios. Ele conta que, recentemente, viu num aeroporto uma cadeira de massagem acionada a partir do pagamento via Pix. “Tem muita coisa em experimentação e vamos ver várias novidades. Costumo dizer que o Pix é a internet das contas, ou seja, ele ligou as contas e democratizou o sistema bancário”, diz, usando outra metáfora

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Simone Costa

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