Secom lança consulta sobre educação midiática e questiona zero-rating
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República abriu nesta sexta-feira, 19, uma consulta pública sobre a política de educação midiática a ser implementada no país. As contribuições podem ser encaminhadas por qualquer pessoa, empresa ou entidade, por meio da plataforma Participa + Brasil, até 15 de junho.
Entre os itens postos para debate está o impacto do zero-rating – conexão à internet sem consumo de dados – para plataformas digitais no acesso à informação de qualidade (saiba mais abaixo).
A educação midiática já está prevista na atual versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que orienta a educação básica. Um dos trechos prevê ações para “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”.
De acordo com a pasta, a consulta visa sistematizar informações e definir os eixos de atuação no campo da educação midiática para a gestão atual. Ao contextualizar a necessidade de implementação da política, a Secom cita os episódios de propagação de fake news e “a proliferação do ódio, tanto online quanto off-line”.
Zero-rating
No documento, a Secom cita impactos do zero-rating no acesso à informação direto da fonte.
“A falta ou a precariedade do acesso à Internet resulta em uma nova forma de exclusão em um mundo digitalizado, indicando a necessidade de políticas para a democratização de acesso que apontem também para a superação dos limites causados pela dependência da conectividade móvel e pelo zero rating”, observa a Secom no conteúdo sob consulta.
A pasta complementa que “a exclusão digital e os efeitos dos conteúdos nocivos que inundam as redes podem atingir sobretudo os segmentos mais vulnerabilizados da sociedade e/ou com acesso precário às mídias digitais, a exemplo de pessoas negras, populações indígenas, população LGBTQIAP+, crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas migrantes e refugiadas e outros grupos”.
Nesta semana, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e o Conselho Consultivo de Comunicação da Câmara dos Deputados também manifestaram preocupação sobre o mesmo tema.
Acesse a íntegra do documento em consulta neste link.