Seaborn aposta em fusões e aquisições para crescer

Operadora do cabo submarino Seabras-1 mira ativos no Brasil e em outros países para acelerar expansão.
A rota do cabo SABR liga Brasil à África do Sul. De la, se une ao IOX System, que vai para Ilhas Maurício e Índia.
A rota do cabo SABR liga Brasil à África do Sul. De la, se une ao IOX System, que vai para Ilhas Maurício e Índia.

A operadora de cabos submarinos Seaborn Networks planeja expandir os negócios em terra. A empresa, que é financiada por fundos e investimentos, estuda fusões e a aquisições de ativos, especialmente redes ópticas, nos países em que tem atuação.

“O plano é alcançar um crescimento tanto orgânico, quanto por fusões e aquisições nos próximos dois anos”, diz o CEO da empresa, Larry Schwartz. Ele admite estar atento a ativos disponíveis aqui no Brasil. Quanto, exatamente, poderá lançar mão para os negócios, e quais os alvos prioritários, ele não revela.

Alega, porém, que capital não deve faltar. “Há muitos fundos e bancos interessados em investir em infraestrutura de telecomunicações porque a demanda é crescente na região”, observa. Demanda esta vinda de provedores de conteúdo e do mercado financeiro, que busca rotas de baixa latência para realizar transações.

Em conversa com o Tele.Síntese, ele ressalta que o cabo Seabras-1 está com quatro dos seis pares de fibras comercializados. Os clientes locais, já conhecidos, são Eletronet, Vogel, Megatelecom, Netell, além da Sparkle (do grupo Telecom Italia, dono da TIM Brasil).

Schwartz conta que a crise econômica no Brasil afetou os negócios, mas não fez a empresa repensar a estratégia para o futuro. “Talvez não tenhamos vendido no ritmo desejado, mas a demanda existe. Estamos otimistas, mas com cautela. Prevemos crescimento dentro do esperado no médio prazo, e estamos comprometidos com investimentos no país de longo prazo”, afirma. A empresa tem entre os acionistas o fundo Partners Group, gestor de mais de US$ 66 bilhões em ativos mundo afora.

Além do Seabras-1, que liga Brasil a Estados Unidos, ele espera concluir ano que vem o cabo ARBR, conexão entre São Paulo e Las Toninas (Argentina). Depois, outro cabo será ativado, o SABR, entre Fortaleza e Cidade do Cabo (África do Sul). Ambos se conectam ao Seabras-1. Ao todo, a empresa já investiu mais de US$ 500 milhões para entrar no mercado das operadoras de atacado.

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Rafael Bucco

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