RNP fecha acordo de compartilhamento com Eletrosul e Furnas
A RNP (Rede Nacional de Pesquisas) fechou dois acordos de compartilhamento de infraestrutura que vão ampliar sua capacidade e capilaridade, permitindo que os institutos de pesquisa sejam atendidos com maior eficiência. Em novembro, fechou a parceria com Furnas e recentemente com a Eletrosul. Para as elétricas também há vantagem nos acordos já que receberão investimentos para ampliação de sua infraestrutura.
“Esses acordos praticamente consolidam o nosso backbone de uma forma escalável e vão permitir mais independência e uma capacidade generosa para os pesquisadores”, disse Eduardo Cezar Grisendi, diretor de engenharia e operações da RNP. Essa independência é refletida em mais disponibilidade de canais eliminando a necessidade de ir ao mercado para adquirir mais capacidade em algumas áreas. E vai ampliar – e reforçar – a cobertura do backbone nos estados do Sul e Sudeste.
A RNP já tinha fechado um acordo com a CHESF, que está em andamento, que lhe permitiu chegar aos estados do Nordeste e um pouco do Norte. “Precisamos costurar novas parcerias para cobrirmos bem as regiões Norte e Centro-Oeste”, afirmou o executivo.
R$ 30 milhões na Eletrosul
Os motivos de comemoração não envolvem apenas a RNP. A Eletrosul, por exemplo, vai receber R$ 30 milhões de investimentos para ampliação de sua capacidade, dos quais 50% da nova disponibilidade irá atender a própria elétrica e 50% a RNP.
“Nossos backbones estão com a vida útil terminando e já prevíamos que, em 2018, teríamos de investir em novos equipamentos para ampliar a capacidade”, comentou Rogério Bonini Ruiz, diretor de Operação da empresa. Com o acordo, esses investimentos serão feitos pela RNP, permitindo a economia de Opex na concessionária.
Segundo o memorando de entendimentos, a rede da Eletrosul ficará com uma capacidade de 40 canais de 100 Gbps, dos quais metade para cada um dos parceiros. Inicialmente, serão dois canais de 100 Gbps para cada. Hoje, a elétrica teria capacidade para canais de 40 Gbps, mas implantados chegam apenas a 20 Gbps. A Eletrosul está presente nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Conforme Bonini, o memorando de entendimentos prevê que os investimentos no aumento da capacidade serão feitos em até três anos. Mas ele acredita que, pela demanda da RNP, boa parte já estará instalada no final de 2018 e o projeto estará concluído no final de 2019.
Reforço no backbone
Furnas também decidiu pelo compartilhamento de infraestrutura, tendo como contrapartida investimentos no aumento de sua capacidade. Segundo Djair Roberto Fernandes, diretor de Manutenção e Operação, a concessionária vai reforçar seu backbone de forma bem robusta para atender suas necessidades operacionais com certa folga.
Com Furnas, a previsão inicial é a utilização de dois canais de 2 Gbps, que poderão também ser escaláveis e cada parte poderá investir de acordo com suas necessidades. O executivo relatou que o acordo não prevê a utilização de todo o backbone de Furnas, que atende estados no Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Norte, mas foram escolhidos lotes ao longo de toda a infraestrutura.
Por ter assinado em novembro, o projeto com Furnas já está mais detalhado e a previsão de Fernandes é de que os investimentos na ampliação da capacidade poderão começar mais rapidamente nos estados do Rio de Janeiro, Minas e São Paulo.
A cerimônia para as assinaturas oficiais dos acordos está prevista para o dia 9 de março, em Florianópolis. “É como se o casamento já tivesse sido registrado, mas precisamos de uma festa para comemorar”, brincou Grisendi. E a festa promete ser grande, já que podem ser confirmadas as presenças de vários ministros envolvidos no projeto, como os titulares dos ministérios da Educação, da Saúde, da Ciência e Tecnologia, das Minas e Energia e da Defesa.
Para Grisendi, a educação e pesquisa serão as maiores beneficiadas com os dois projetos. “Temos alguns casos de pesquisadores que estão trabalhando de forma limitada. Com esses investimentos eles terão muito mais capacidade de trabalho”, disse Grisendi. Ele lembra que entre os projetos atendidos pela RNP estão vários que exigem muita capacidade, dando como exemplos os estudos que estão sendo realizados nas áreas de física e supercomputação.
Apesar do ganho de capacidade, os executivos das concessionárias também se sensibilizam com o backbone que passa a ser oferecido na área de pesquisa. “Temos uma rede de hospitais universitários no país que poderão ser conectados por uma rede dedicada”, afirmou Bonini. “Esse é o lado mais valoroso do projeto”, completou Fernandes.