Ritmo de adoção de internet móvel por mulheres cai pelo segundo ano seguido, diz GSMA

Para acabar com disparidade de gênero até 2030 nos países de renda média e baixa, 100 milhões de mulheres precisariam ter acesso aos serviços móveis por ano, indica relatório
Ritmo de adoção de internet móvel por mulheres desacelera pelo segundo ano seguido, diz GSMA
Pelo segundo ano consecutivo, adoção de internet móvel por mulheres desacelera em países de renda média e baixa (crédito: Freepik)

A quantidade de mulheres com acesso a serviços de internet móvel em países de renda média e baixa nunca foi tão grande. No entanto, o ritmo de adoção desacelerou pelo segundo ano consecutivo em 2022, informou a GSMA, associação global de operadoras móveis.

No ano passado, 61% das mulheres nesses países tinham acesso à banda larga móvel. Em números absolutos, 60 milhões de mulheres começaram a usar a internet móvel em 2022, segundo o The Mobile Gender Gap Report (O Relatório Móvel de Diferença de Gênero, em tradução livre), divulgado pela GSMA, nesta quarta-feira, 31.

A notícia ruim é que o número de inclusão feminina já foi maior: 75 milhões, em 2021. Vale destacar que o levantamento também aponta que a inclusão masculina aos serviços móveis também desacelerou no ano passado.

“A diferença de gênero na internet móvel permanece relativamente inalterada – mulheres em países de renda média e baixa são 19% menos prováveis do que homens de usá-la”, diz trecho do relatório da associação. A diferença, desfavorável às mulheres na comparação com os homens, é de 310 milhões de usuárias.

Nesse sentido, para acabar com a lacuna de gênero no acesso aos serviços móveis até o ano de 2030 nesses países, a GSMA estima que 810 milhões de mulheres precisam passar a usar conexões móveis. “Isso equivale a 100 milhões de mulheres por ano, em média”, afirma a entidade.

No entanto, se a diferença de gênero permanecer inalterada, as previsões indicam que apenas 360 milhões de mulheres adotarão a internet móvel até 2030.

A GSMA também aponta que, atualmente, há 900 milhões de mulheres em nações de renda média e baixa que não têm acesso à internet móvel. Quase dois terços vivem no sul da Ásia e na África subsaariana.

Por fim, a entidade ainda alerta que, caso a disparidade entre homens e mulheres ficasse para trás, a indústria móvel ganharia, até o fim desta década, US$ 230 bilhões (aproximadamente R$ 1,16 trilhão) em receitas adicionais.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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