Reino Unido levanta preocupações sobre fusão entre Vodafone e Three
A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês) do Reino Unido – órgão com funções semelhantes às do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil – levantou preocupações a respeito da fusão entre as operadoras britânicas Vodafone e Three.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, 22, o regulador de concorrência destacou que a união de forças pode prejudicar os consumidores, ao elevar os preços e reduzir a qualidade do serviços prestados.
“O acordo, que visa a combinar duas das quatro operadoras de redes móveis do Reino Unido, poderá levar a preços mais elevados para os clientes e afetar o investimento nas redes móveis”, diz a CMA.
O órgão deu um prazo de cinco dias úteis para que as empresas apresentarem “soluções significativas”. Do contrário, “o negócio será encaminhado para uma investigação mais aprofundada de fase 2” – a fase 1 foi iniciada em janeiro, em um processo que levou cerca de 40 dias.
O regulador de concorrência também avalia que, juntas, Vodafone e Three podem dificultar a operação de MVNOs menores, como Sky Mobile, Lebara e Lyca Mobile. Isso porque, ao reduzir o número de operadoras de redes móveis, as virtuais têm menos ofertantes com quem negociar, o que também pode afetar negativamente os consumidores na ponta.
Na mesma nota, a CMA lembrou que, na esteira do anúncio da fusão, Vodafone e Three se comprometeram a apresentar benefícios aos consumidores e a acelerar os investimentos em tecnologia. Agora, o órgão quer um relatório mais detalhado sobre essas ações.
União de forças
No meio do ano passado, a Vodafone e a Three anunciaram a intenção de realizar uma fusão. A transação pode criar a maior operadora móvel do Reino Unido. O mercado celular britânico também é composto por EE, do Grupo BT, e O2, marca comercial da Virgin Media O2 (VMO2), uma joint venture entre Telefónica e Liberty Global
Caso aprovada, a fusão vai criar a empresa líder do setor móvel no território britânico – hoje, a Vodafone está em terceiro lugar, com cerca de 18 milhões de clientes, e a Three, em quarto, com mais de 10 milhões.
Desde o ano passado, a Vodafone vem implementando o seu projeto de reestruturação. Recentemente, a empresa anunciou as vendas de suas operações na Espanha e na Itália. O objetivo é focar em mercados em crescimento, sendo o Reino Unido, seu país natal, um deles.