Reino Unido aponta caminho para fusão entre Vodafone e Three

CMA, órgão antitruste britânico, indica que, caso as operadoras se comprometam com plano de infraestrutura e manutenção de tarifas, pode liberar a união de forças no mercado móvel
Vodafone e Three ganham sinal da CMA para fusão no Reino Unido
Fachada de loja da Three, no Reino Unido; fusão com Vodafone pode ser aprovada (crédito: Three)

Após levantar preocupações em relação a uma eventual fusão entre Vodafone e Three, a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês), órgão britânico de defesa da concorrência, deu indicações de que aprovará a união de forças entre as operadoras móveis, desde que assumam compromissos concorrenciais.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, 5, o órgão antitruste disse que o compromisso de 11 bilhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 82,4 bilhões) para atualização de rede, incluindo a expansão do 5G, e proteções de curto prazo a clientes podem resolver as preocupações identificadas anteriormente, abrindo caminho para a fusão.

No relatório anterior, a CMA apontou que a consolidação da terceira (Vodafone) e quarta (Three) maiores teles britânicas poderia elevar os preços dos serviços e prejudicar operadoras móveis virtuais (MVNOs).

Para resolver essa situação, o órgão propôs a adoção de três remédios:

• Vodafone e Three devem apresentar um plano conjunto de rede, descrevendo o modelo de atualização de infraestrutura e os investimentos significativos que serão feitos nos próximos oito anos no Reino Unido. Essa obrigação será supervisionada pela CMA e pela Ofcom, o regulador britânico de telecomunicações.

• As operadoras devem se comprometer a manter determinadas tarifas e planos de dados por pelo menos três anos, de modo a proteger clientes atuais e futuros de aumentos de preços de curto prazo.

• Em caso de união, a dupla também deve se comprometer com preços e termos contratuais pré-acordados para garantir que MVNOs possam obter negócios atacadistas competitivos.

“Acreditamos que este acordo tem potencial para ser pró-competitivo para o setor móvel do Reino Unido se as nossas preocupações forem abordadas”, disse, em nota, Stuart McIntosh, presidente do grupo de inquérito que lidera a análise sobre a fusão.

A previsão é de que a CMA tenha uma decisão definitiva sobre o tema até 7 de dezembro.

Caminho favorável

Em nota conjunta, a Vodafone e a Three informaram que vão estudar a proposta da CMA em detalhes e sinalizaram que os remédios foram, inicialmente, bem-recebidos. “Acreditamos que isso fornece um caminho para uma liberação definitiva”, afirmam.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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