Reduzir juros é “imperioso e urgente”, defende associação de eletroeletrônicos

Jorge Nascimento, presidente da Eletros, diz que Selic tem inibido a recuperação do setor e que taxa poderia ficar entre 8% e 6%; apesar de alta nas vendas no primeiro semestre, setor ainda não recuperou nível pré-pandemia
Baixar os juros é importante para setor eletroeletrônico, diz presidente da Eletros, Jorge Nascimento
Jorge Nascimento, presidente da Eletros; pede queda dos juros para recuperação do setor (crédito: Eduardo Vasconcelos/DMI)

A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) engrossou o coro, nesta segunda-feira, 10, pela queda da taxa básica de juros. Segundo o presidente da entidade, Jorge Nascimento, o nível elevado da Selic está inibindo as vendas, uma vez que o setor é bastante dependente de parcelamentos.

Atualmente, os juros básicos da economia brasileira estão em 13,75% ao ano. Nascimento disse, durante coletiva de imprensa no evento Eletrolar Show, em São Paulo, que a taxa poderia entrar em rota de declínio para chegar a um patamar entre “8% e 6%”.

“É imperioso e urgente que tenhamos um percentual referencial de juros menor”, afirmou. “O nosso produto, inevitavelmente, o consumidor compra de forma parcelada, mas ele verifica que a parcela é muito alta, não cabe no bolso. Isso porque os juros estão elevados. Precisamos fazer esse enfrentamento imediatamente”, complementou.

O presidente da Eletros ponderou, contudo, que não defende que os juros sejam reduzidos a uma tacada só e de forma drástica.

“Descer de forma abrupta agora não é o melhor caminho, entendo que isso pode dar um revés muito ruim e imediato para a economia, mas 0,5 ou 0,75 ponto percentual agora seria bom”, sinalizou.

Balanço

As vendas de produtos eletroeletrônicos cresceram 13% no País no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2022, de acordo com levantamento da Eletros. Em números absolutos, os envios da indústria para o varejo totalizaram 44,02 milhões de unidades de janeiro a junho, superando as 39,07 milhões de unidades do primeiro semestre do ano passado.

Apesar do resultado positivo na primeira metade do ano, a associação ressalta que a indústria ainda não recuperou as persas dos últimos 18 meses. A produção, inclusive, ainda está abaixo do nível pré-pandemia – no primeiro semestre de 2019, foram comercializadas 47,13 milhões de unidades.

Além disso, a alta observada no primeiro semestre ocorre em razão de uma base fraca, tendo em vista que as vendas caíram 15% na primeira metade de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021.

“Se o segundo semestre se mantiver dentro da média histórica de desempenho do segmento, podemos prever um crescimento anual entre 4% e 6% em relação a 2022”, aponta Nascimento.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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