“Rede privativa não vai competir com iniciativa privada”, diz presidente da Telebras

Frederico Siqueira Filho afirma que a rede privativa está sendo construída para atender a política pública de segurança e defesa.
rede privativa Crédito-Freepik
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O presidente da Telebras, Frederico Siqueira Filho, afirmou hoje, 9, que a rede privativa que está sendo construída para o governo com os recursos do leilão do 5G não irá competir com as empresas privadas, pois esse não é o objetivo da estatal. As operadoras de telefonia celular manifestaram preocupação com as especificações da rede  móvel estabelecida pelo Executivo,  porque ela possui diversas atribuições que extrapolariam a necessidade de uma rede  uso exclusivo do governo.

Mas, segundo Siqueira, isso não irá ocorrer. ” Não é papel da Telebras concorrer com o mercado privado. A rede privativa irá atender à exigência lançada no edital do 5G, que é o de cumprir a política pública para a segurança e defesa. Não tem como concorrer com as operadoras”, afirmou.

Indagado se a rede móvel vai ficar restrita à Brasília, o executivo disse que” a ideia inicial é começar só para Brasília, mas há estudo do Ministério das Comunicações para ampliar essa rede para todo o Brasil”. Segundo ele, a empresa já solicitou a licença para ocupar a faixa de 700 MHz à Anatel, e só aguarda a sua liberação.

Siqueira negou ainda que o projeto de lei aprovado ontem, que concede preferência à Telebras e aos Correios na contratação de serviços pelo governo poderia também incentivar a estatal a competir com as empresas privadas. ” Ficará a critério do órgão público contratar os nossos serviços. O que vai nos credenciar é a qualidade de nossos serviços”, afirmou.

Conforme o executivo, o fornecedor da rede privativa será escolhido em função dos custos. Atualmente, o coração da rede da Telebras é atendido pela Padtec, empresa de tecnologia nacional. Siqueira disse que a Padtec “atende tecnicamente muito bem a Telebras. A intenção é buscar a solução mais inovadora e o melhor custo”.

Hub satelital

Segundo Siqueira, a Telebras ainda pretende ter o segundo satélite próprio. Mas esse projeto, reconhece, só deverá ficar completo a partir de 2025, quando ele espera que a empresa já tenha conseguido gerar receitas novas e deixado a condição jurídica atual, de ser “uma empresa dependente da União”, o que significa que sequer tem recursos próprios.

Até lá, o Siqueira defende que a empresa crie um hub satelital, para contratar capacidade de outros satélites, mas irá fazer, por conta própria,  a gestão e a logística. E a Starlink, que sequer tem um escritório no Brasil, faria parte dessa contratação? indagaram os jornalistas. Ao que Siqueira respondeu: “aguardamos o estudo. Mas a empresa é flexível e está aberta”.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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