Rede privativa industrial em 5G ainda carece de variedade de dispositivos

Alberto Boaventura, da Deloitte, Bruno de Souza, do Senai de São Caetano do Sul, Fábio Jardim, da Logicalis, e Paulo Spacca, da Abinc, comentam o avanço da implantação da rede privativa industrial no Brasil

Crédito: TV.SínteseO Brasil está avançando na transformação digital, na implantação de soluções de Internet Industrial das Coisas (IIT) e na construção de redes privativas, mas o uso de frequências do 5G, a conta ainda não fecha. A avaliação é do coordenador Técnico do Instituto Senai de São Caetano do Sul, Bruno de Souza. “Ainda faltam devices com conectividade nativa 5G”, afirma.

Souza – que participou do congresso “IoT e as redes privativas”, promovido pelo Tele.Síntese nesta quinta-feira, 25 -, disse que, em muitos casos, a tecnologia 4G atende e é mais acessível, a depender da aplicação. Para ele, o importante é investir em redes 4G privativas que sejam capazes de fazer o up grade  para o 5G, já que o core (ou o coração) das redes é o custo mais alto.

O Instituto tem meta de atender 40 mil empresas em quatro anos com casos de uso de IoT. Para as empresas com faturamento até R$ 4,8 milhões, o serviço será feito em parceria com o Sebrae e sem custos. Para faturamento entre R$ 4,8 a R$ 10 milhões, ou seja, médias empresas com características de pequenas, a consultoria será financiada pela Fiesp e Senai. Acima de R$ 10 milhões, a consultoria é paga. O objetivo é aumentar a participação da indústria no PIB de São Paulo.

Desordenamento

O gerente sênior de Tecnologia IoT da Logicalis, Fábio Jardim, vê avanço rápido da transformação digital na indústria brasileira, mas de forma desordenada. “As soluções de IoT precisam ser mais customizadas, personalizadas”, afirma.

Jardim disse que a transformação digital precisa estar fundamentada em uma base com plataforma de comunicações e outra para tratamento de dados. “A partir daí pode escalar soluções”, ressalta. Ele afirma que a Logicalis conta com mais de 150 parceiros para apoiar as demandas.

Jornada

Para o gerente de consultoria da Deloitte, Alberto Boaventura, a jornada do IoT não passa apenas pela escolha da tecnologia, se 5G, 4G ou LoRa. “Antes, precisa entender o negócio e os processos”, disse.

Segundo Boaventura, a taxa de crescimento anual das redes privativas deve ficar em 40% até 2025. “A coletânea de espectro oferecido para o Serviço Limitado Privado  pela Anatel tem contribuído para esse crescimento”, disse. Mas acredita que ainda pode haver avanços na área tributária.

Conhecimento

O presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc), Paulo Spaccaquerche, afirma que o papel da entidade é de participar de todas as discussões sobre o tema e repassar o conhecimento para a indústria. “O mercado, muitas vezes, precisa ser evangelizado”, disse.

De acordo com o executivo, nem sempre está claro o que a empresa precisa fazer para avançar na transformação digital, por isso, a entidade conta com vários integradores para montar soluções de IoT. Ele ressalta que a chegada da conectividade e da tecnologia estão ajudando no processo. “O IoT fez a integração do chão de fábrica com o backoffice”, disse.

A associação ainda mantém uma plataforma de ensino a distância para formar mão de obra para a indústria 4.0. “É preciso formar pessoas para usar toda a nova tecnologia, visto que haverá déficit pelo menos por cinco anos”, disse.

O congresso “IoT e as redes privativas” continua nesta sexta-feira, 26.

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Lúcia Berbert

Lúcia Berbert, com mais de 30 anos de experiência no jornalismo, é repórter do TeleSíntese. Ama cachorros.

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