Reclamações sobre serviços de telecom caem 26% em agosto
O número de reclamações de usuários dos serviços de telecomunicações caiu 26,4% em agosto de 2021 na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Os números da agência mostram que em agosto de 2020 foram registradas 244.973 reclamações, já em agosto deste ano elas caíram para 180.232, uma redução de 64.741 queixas.
A redução nas reclamações não é recente. Na comparação com a média dos últimos cinco anos (2016 a 2020), o número de queixas de agosto caiu 35,3%.
“As reclamações de usuários de telecom registraram queda em todos os meses de 2021 e nos últimos cinco meses essas reduções foram acima de dois dígitos”, disse o presidente executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari. Para ele, o fenômeno mostra a “efetividade” dos investimentos realizados pelo setor.
Na comparação com o mesmo mês de 2020, em julho a queda no número de reclamações foi de 37%, em junho de 30,9%, em maio, 28,4%, e em abril o número de reclamações havia caído 24,4%.
As quedas nas reclamações também são verificadas em outras plataformas, como o Procon. Em 2015, para cada 10 mil clientes de telecomunicações, 23 reclamaram. Em 2020, para cada 10 mil clientes houve 13 reclamações.
Para Ferrari, a queda é resultado de medidas de autorregulação do setor, como a criação da página Não Me Perturbe (www.naomeperturbe.com.br), que permite bloquear ligações de telemarketing das empresas de telecomunicações e de oferta de crédito consignado.
Todos os principais serviços de telecomunicações apresentaram redução nas reclamações nos últimos 12 meses. A maior ocorreu na TV por assinatura, cujo índice caiu 47,4%, de 23.194 para 12.202. No serviço de internet banda larga fixa as reclamações caíram 32,1%, de 64.689 para 43.901, e na telefonia móvel as reclamações caíram 17% em agosto em relação a agosto do ano passado, passando de 116.572 para 96.708.
Em live realizada hoje, 27, pelo Tele.Síntese com representantes da Anatel, Senacon e sociedade civil, houve consenso porém que as operadoras ainda têm mais trabalho a fazer a fim de reduzir ainda mais a quantidade de reclamações de seus clientes. Para Elisa Leonel, Superintendente de Relação com os Consumidores da Anatel, a iniciativa Não Me Perturbe ainda precisa de mais aperfeiçoamentos para tornar-se mais efetiva. A agência trabalha, lembrou, na atualização do Regulamento Geral dos Consumidores, que descrever as obrigações das operadoras em relação ao atendimento.