Receita da Nokia cai 9% no primeiro trimestre

Companhia vê encolhimento no segmento de ultra-banda larga e prevê ano difícil em redes móveis.
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)

A Nokia, fornecedora de infraestrutura de telecomunicações, divulgou hoje, 10, seu balanço financeiro para o primeiro trimestre de 2016. Os números mostram um desempenho inferior ao apurado um ano antes. O motivo são vendas menores em ultra-branda larga, segmento cuja receita encolheu 12% em relação a primeiro trimestre de 2015.

Ao final de março, a companhia registrou receita líquida total de €5,6 bilhões, 9% menos que um ano atrás. O segmento de redes faturou €5,18 bilhões, 8% menos. A Nokia Technologies, área responsável por patentes e licenciamento, gerou €198 milhões, 27% menos. Apurou prejuízo de €613 milhões, ante lucro um ano antes de €169. Ainda assim, tem em caixa €8,2 bilhões, o dobro do que tinha no começo de 2015. Retirados os custos da fusão com a Alcatel-Lucent, a empresa teria registrado lucro de €139 milhões.

Segundo CEO, Rajeev Suri, a empresa foi capaz de mostrar um bom balanço financeiro, uma vez que o primeiro trimestre é, “tradicionalmente fraco”. Ele prevê que os próximos trimestres trarão mais encolhimento no segmento de redes móveis. Diz, ainda, que a maioria dos clientes já concordou com propostas de adequação de contratos após a fusão com a Alcatel-Lucent.

Mais dados
Embora a receita tenha sido menor, o lucro operacional cresceu: foi de €345 milhões no trimestre, maior 25% em relação a mesmo período de 2015. O resultado reflete aumento da margem, que passou de 36,9% para 39,4% em um ano. Os números são comparações pro-forma, que incluem dados da Alcatel-Lucent, uma vez que no primeiro trimestre do ano passado as empresas ainda não tinham se fundido.

Da receita em redes da companhia, 30% foram originados na América do Norte, 23%, na Europa, 21%, na Ásia-Pacífico, 11%, na China, 7%, na América Latina, e os 8% restantes, no Oriente Médio e África. A empresa vendeu €3,1 bilhões em redes móveis, 15% menos que no ano anterior, e €613 milhões, 13% mais, em redes fixas. Mesmo assim, a divisão de ultra-banda larga da companhia conseguiu aumentar o lucro operacional em 39%, para €234 milhões.

A empresa reiterou que vai levar a cabo um plano de redução de funcionários, em todo o mundo. A medida pretende explorar sinergias entre a Nokia e a Alcatel-Lucent, adquirida ano passado. As demissões acontecerão entre agora e 2018, e já começaram nos Estados Unidos. O plano já havia sido anunciado em outubro do ano passado.

A Nokia também disse que pretende concluir, até o terceiro trimestre deste ano, a aquisição da Withings, empresa que desenvolve produtos em internet das coisas. A compra, anunciada mês passado, custou €170 milhões.

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Rafael Bucco

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