Quase um terço dos investimentos brasileiros em TI se dirige a smartphone

O equivalente a 2,15% do PIB é investido em tecnologia da informação. Na América Latina a média é de 2,06%

anuario-TICA Qualcomm e a consultoria IDC divulgaram estudo nesta quarta-feira, 06, no qual destrincham a capacidade de inovação da sociedade brasileira. Os números mostram que o equivalente a 2,15% do PIB é investido em tecnologia da informação – mais do que á média da América Latina, de 2,06%. Mostra, ainda, que desse valor, 28,5% se destinam à inovação em smartphones. Além disso, 0,76% se refere a investimentos em internet das coisas e 1,43% a projetos de hardware corporativo.

Os números mostram melhora do Brasil no rankings dos países que inovam feito pela Qualcomm. Nossa nota passou de 14,77 para 15,67 pontos. Com isso, o país é o terceiro mais bem colocado na América Latina, atrás apenas de Argentina (17,23 pontos) e México (15,51). Ainda está longe, no entanto, dos países mais bem colocados, como os Estados Unidos (27,71) ou Israel (22,56).

O aumento desse valor se deve a diversos fatores. Os mais importantes dizem respeito ao ecossistema de investimento em inovação. A pesquisa indica que 30% das startups estão conseguindo crescer e ultrapassar o primeiro ano de vida. Essas empresas reclamam, no entanto, da burocracia, de impostos e, principalmente, da falta de capital humano. Há no Brasil apenas 0,1% da população com doutorado.

Os indicadores mostram que tecnologias do futuro já começam a ser usadas pelos cidadãos. A internet das coisas já é realidade para  5,2% dos entrevistados, que a adotam para aumentar a produtividade no trabalho. Já o conceito de casa conectada está longe de ganhar popularidade: apenas 1,5% das casas nas classes A e B usam essa tecnologia.

A adoção da tecnologia pode ser verificada no mundo corporativo. Gastou-se no país, no último ano, US$ 875 milhões com monitoramento de frotas, US$ 425 milhões com edifícios inteligentes, e US$ 411 milhões com operações de manufatura. 17% das empresa dizem ter implementado algum projeto IoT, enquanto 14% afirmam que vão fazer o mesmo nos próximos 12 a 24 meses.

Em termos de infraestrutura de serviços, 56% das empresas dizem destinar até 5% de seu faturamento a tecnologias de terceira plataforma (como nuvem, mobilidade, big data e colaboração).

A atuação do governo federal também contribuiu para a evolução. O Brasil tem hoje 80 cidades digitais, das 300 previstas em projeto elaborado na gestão Dilma Rousseff.

Para fazer a pesquisa, a IDC ouviu aceleradoras, pessoas das classe A e B, e órgãos de governo. O estudo realizou tanto levantamentos qualitativos quanto quantitativos para chegar a suas conclusões.

O que corrigir
Para chegar ao patamar dos pares internacionais mais bem sucedidos, como EUA, o estudo recomenda diversas ações que devem ser tomadas tanto pela iniciativa privada, como pelo setor público. Entre elas estão o aumento do capital de riscos disponível para investimentos; melhor treinamento de empreendedores inovadores; maior controle de propriedade intelectual; incentivar o consumo de produtos duráveis; incentivar o consumo de banda larga com a ampliação da cobertura 4G; aumentar portfólio de dispositivos vestíveis; investir mais em IoT, TI e mobilidade; acelerar a transformação digital; subsidiar a troca de medidores de energia, água e gás por sensores inteligentes; investir mais em educação.

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Rafael Bucco

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