Quase metade da indústria eletroeletrônica ainda sofre para importar componentes
Uma sondagem feita pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) entre seus associados mostra que o problema da falta de insumos no país diminuiu, mas segue grave. Pelo menos 44% das empresas relataram dificuldade em adquirir matérias-primas e componentes no mês de março.
Papelão segue como o produto com maior falta, com 56% das industrias reclamando da escassez. Os materiais plásticos vêm em seguida, apontados como em falta por 46% dos entrevistados na sondagem. Já 44% das empresas relataram dificuldade em comprar componentes eletrônicos de origem asiática, e 29% destacou a dificuldade em adquirir componentes de outros mercados.
Impactos
Os reflexos da dificuldade de comprar componentes são atrasos nas entregas, relatados por 42% das fabricantes.
Para lidar com o problemas, as empresas estão buscando fornecedores alternativos, realizando compras emergenciais junto a distribuidores independentes, antecipando pedidos aos fornecedores tradicionais, renegociando a entrega junto aos clientes, ou mesmo analisando mudar a arquitetura do produto para usar outro tipo de componente.
Para o consumidor final, o reflexo se dá nos preços. A sondagem aponta que 71% das fabricantes aumentou os preços devido ao crescimento dos custos derivados da escassez de componentes. Outros 13% das empresas ainda não reajustaram o preço, mas farão isso nos próximos três meses.
Conforme a Abinee, a confiança da indústria eletroeletrônica está em queda há três meses, mas segue em campo positivo, nos 54,8 pontos. As fabricantes esperam que a vacinação das pessoas e as medidas para minimizar os efeitos da pandemia permitam uma retomada neste ano.