Quase metade da indústria eletroeletrônica ainda sofre para importar componentes

Segundo sondagem da Abinee, 71% das fabricantes já elevaram preços em função do aumento de custos derivado da escassez de insumos. Confiança do industrial cai há três meses seguidos, mas vacinação alimenta percepção de que retomada está próxima.

Uma sondagem feita pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) entre seus associados mostra que o problema da falta de insumos no país diminuiu, mas segue grave. Pelo menos 44% das empresas relataram dificuldade em adquirir matérias-primas e componentes no mês de março.

Papelão segue como o produto com maior falta, com 56% das industrias reclamando da escassez. Os materiais plásticos vêm em seguida, apontados como em falta por 46% dos entrevistados na sondagem. Já 44% das empresas relataram dificuldade em comprar componentes eletrônicos de origem asiática, e 29% destacou a dificuldade em adquirir componentes de outros mercados.

Impactos

Os reflexos da dificuldade de comprar componentes são atrasos nas entregas, relatados por 42% das fabricantes.

Para lidar com o problemas, as empresas estão buscando fornecedores alternativos, realizando compras emergenciais junto a distribuidores independentes, antecipando pedidos aos fornecedores tradicionais, renegociando a entrega junto aos clientes, ou mesmo analisando mudar a arquitetura do produto para usar outro tipo de componente.

Para o consumidor final, o reflexo se dá nos preços. A sondagem aponta que 71% das fabricantes aumentou os preços devido ao crescimento dos custos derivados da escassez de componentes. Outros 13% das empresas ainda não reajustaram o preço, mas farão isso nos próximos três meses.

Conforme a Abinee, a confiança da indústria eletroeletrônica está em queda há três meses, mas segue em campo positivo, nos 54,8 pontos. As fabricantes esperam que a vacinação das pessoas e as medidas para minimizar os efeitos da pandemia permitam uma retomada neste ano.

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Rafael Bucco

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