Qualidade do 5G fora das capitais preocupa a TIM

Segunda etapa da quinta geração de internet móvel, destinada a cidades com mais de 500 mil habitantes, pode não ter a mesma qualidade de conexão em função da carência de infraestrutura
TIM demonstra preocupação com a qualidade do 5G fora das capitais
5G fora das capitais pode não ter a mesma qualidade (crédito: Freepik)

Após ativar a conexão 5G em todas as capitais, as operadoras se preparam para liberar a tecnologia nas cidades com mais de 500 mil habitantes. A segunda etapa da internet móvel de quinta geração, no entanto, pode não ter a mesma qualidade da rede implantada nas capitais.

A TIM, em especial, manifestou preocupação com a próxima fase do 5G no País, principalmente pela carência de infraestrutura nas cidades que devem ser liberadas no dia 1º de janeiro de 2023 para receber a tecnologia.

“A nossa primeira etapa do 5G foi muito boa, mas estamos preocupados com a segunda fase”, destacou Marco di Costanzo, diretor de tecnologia da TIM, durante o evento TeletimeTec Redes & Infra, realizado nesta terça-feira, 23, em São Paulo.

“Como vai chegar? Qual vai ser a qualidade? Precisa de muito mais [torres e antenas]. O 5G em estado maduro, com uma penetração de 30% a 40% de usuários, precisa entre cinco a dez vezes mais torres do que o espectro 4G. Por isso, estamos preocupados”, ressaltou Costanzo.

Segundo o executivo da TIM, um fator que dificulta a ampliação da infraestrutura é o desencontro de legislações em âmbitos federal, estadual e municipal a respeito da tecnologia de internet móvel.

“O foco da legislação e da regulamentação têm que ser na criação de cidades amigas da internet. No Brasil, nem todas as capitais são. Aliás, só dois terços são amigas da internet. A lei precisa desburocratizar o processo de infraestrutura”, ressaltou.

No evento, durante o mesmo painel, Janilson Bezerra, diretor de novos de produtos da American Tower, sinalizou que o poder público pode estar “começando a entender a necessidade de ter leis mais favoráveis à tecnologia móvel”.

No entanto, Bezerra salientou que alguns municípios aplicam taxas em equipamentos que viabilizam conexões mais robustas.

“Associar modernização das tecnologias a taxas sobre licenciamento de antenas, por exemplo, gera uma barreira arrecadatória. Não é isso que vai resolver a necessidade [fiscal] das cidades”, frisou o diretor da American Tower.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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