Qualcomm tem queda nas vendas de chips e projeta baixa prolongada

Receita da fabricante encolheu 17% nos três primeiros meses deste ano; companhia fala em “ventos macroeconômicos contrários” e estima vendas mais fracas de smartphones
Qualcomm estima queda prolongada nas vendas de chips
Companhia sinaliza outra queda na venda de chips para o próximo trimestre (crédito: Qualcomm)

A Qualcomm divulgou, nesta quarta-feira, 3, os resultados financeiros do segundo trimestre do ano fiscal de 2023 (período de janeiro a março). A companhia reportou queda no lucro líquido e na receita, além de ter sinalizado vendas de chips mais fracas no próximo trimestre.

De janeiro a março deste ano, a fabricante de chips lucrou US$ 1,70 bilhão (aproximadamente R$ 8,50 bilhões), queda de 42% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quanto o lucro foi de US$ 2,93 bilhões (R$ 14,64 bilhões).

A receita, por sua vez, somou US$ 9,28 bilhões (R$ 46,36 bilhões). O resultado indica uma baixa de 17% ante o faturamento de US$ 11,16 bilhões (R$ 55,76 bilhões) do segundo trimestre fiscal de 2022.

Carro-chefe da empresa, as vendas da divisão QCT (Qualcomm CDMA Technologies) – responsável por processadores e softwares de sistemas 3G, 4G e 5G, além de tecnologias para dispositivos móveis, redes sem fio e Internet das Coisas (IoT) – também diminuíram 17%, atingindo US$ 7,94 bilhões (R$ 39,67 bilhões) nos três primeiros meses deste ano.

Da mesma forma, no recorte por segmento, as vendas de chips para aparelhos, como smartphones, declinaram 17%, somando US$ 6,10 bilhões (R$ 30,48 bilhões). O segmento de IoT teve queda de 24%, enquanto chips automotivos tiveram alta de 24%.

O resultado da divisão QTL (Qualcomm Technology Licensing), responsável por licenças de uso de propriedades intelectuais, não foi muito diferente. O setor teve queda de 18% na receita, totalizando US$ 1,29 bilhão (R$ 6,44 bilhões) no trimestre passado.

No balanço, a empresa indicou que, no terceiro trimestre fiscal de 2023 (abril a junho), os resultados ainda devem sentir os impactos “dos ventos macroeconômicos contrários”, com vendas mais fracas de aparelhos. Desse modo, a companhia norte-americana estima um declínio sequencial maior do que o normal nas receitas de processadores.

“Enquanto navegamos neste ambiente desafiador, continuamos focados nos fatores críticos que podemos controlar para emergir mais fortes dessa crise – nosso roteiro de liderança tecnológica, o melhor portfólio de produtos da categoria, fortes relações com os clientes e eficiências operacionais”, avaliou Cristiano Amon, presidente e CEO da Qualcomm, em nota.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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