Qualcomm insiste na liberação do espectro de 28 GHz para 5G no Brasil
A fabricante de chips para dispositivos móveis Qualcomm vai insistir, junto à Anatel, para que o espectro de 28 GHz seja utilizado para a 5G no Brasil. A banda é hoje usada pelas operadoras de satélite, e também não está na pauta da conferência mundial de radiofrequências (WRC-19), que acontecerá no final do ano que vem. A própria agência reguladora já disse que no momento prefere destinar os 26 GHz do que uma faixa que demandaria limpeza.
Mas, conforme Francisco Soares, diretor de assuntos governamentais da Qualcomm no Brasil, a insistência tem motivo. “A faixa de 28 GHz será a primeira faixa de ondas milimétricas a ser usada para 5G no mundo, começando nos Estados Unidos já no ano que vem. Também Japão e Coreia do Sul já se comprometeram”, afirma.
Com isso, os primeiros modelos de smartphones compatíveis com 5G em ondas milimétricas serão justamente de 28 GHz. “O aparelho de lá não será compatível com os 26 GHz aqui. A menos que o fabricante do celular escolha um modelo de chip compatível com as duas frequências”, ressalta. Segundo ele, os chips da Qualcomm poderão ser compatíveis com ambas as frequências. Mas outros componentes também precisarão de adaptação, o que tende a encarecer o celular.
Ele ressalta, ainda, que a demanda pela banda de 28 GHz reflete a grande necessidade por espectro para ampliar o throughput das redes móveis. “Será necessário pelo menos 800 MHz de espectro por operadora para um bom uso da tecnologia 5G”, afirma.
A seu ver, o país ficará atrás dos EUA e China na implantação da 5G. Mas não muito, uma vez que operadoras, com TIM e Vivo pressionam pela liberação da banda de 3,5 GHz para uso na quinta geração. “Mas há ali apenas 200 MHz ao todo disponível”, pondera.
QSIP
Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina, afirma também que ainda este ano um grande fabricante de smartphones começará a vender no Brasil aparelhos equipados com o QSIP, um system-on-chip de baixo custo desenvolvido no país. O chip será importado da Ásia, mas fabricado aqui a partir de 2020, quando entra em operação, afirma, uma fábrica local de semi-condutores construída em parceria com a USI.