Provedores regionais buscam parceiros para participarem do leilão 5G

Tely e Wirelink querem unir forças com outros ISPs para disputar lotes no próximo certame da Anatel, previsto para ocorrer no final de junho

Ao menos duas operadoras regionais de internet pretendem participar do próximo leilão de espectro da Anatel, o leilão do 5G: Tely e Wirelink. Ambos, porém, admitem que sozinhos, não conseguirão fazer frente à competição que vão enfrentar para adquirir frequências, e por isso costuram alianças com outros provedores para a oferta de lances conjuntos, em consórcio.

“A gente vê com muito bons olhos a regras do edital, em que os PPPs foram contemplados com dois lotes de espetro [além de bloco em 3,5 GHz, a agência abriu a venda em fatias regionais dos 700 MHz]. A Wirelink está buscando parceiros, consideramos que não podemos ficar de fora já que nos foi dado esse espaço”, contou Adriano Marques, diretor comercial da Wirelink. Ele participou de webinário realizado ontem, 16, pela revista RTI.

No entender do executivo, os provedores unidos são um forte competidor, capazes de enfrentar as grandes operadoras do setor. Mas para isso, precisam agir de forma coordenada em ocasiões como o leilão da Anatel, que permite a participação de consórcios para a aquisição de frequências.

“Acho que é o caso de pensarmos em forma mais coletiva e nos vermos [os ISPs] como um quarto bloco no setor, dividindo custos, obrigações, mas também os lucros”, defendeu.

Leonardo Lins, da Tely, tem percepção semelhante. Para ele, as obrigações impostas no edital impedem que os provedores regionais sejam capazes de, sozinhos, comprar e cumprir plenamente as regras do certame. “As obrigações são um pouco desproporcionais pensando nas PPPs de forma individual. Por isso pensamos também em entrar no leilão formando um consórcio”, admitiu.

Independente da disputa por espectro,  Lins tem boas perspectivas para os ISPs com a chegada do 5G a partir do leilão. Para ele, as grandes operadoras vão precisar da capilaridade conquistada pelos pequenos e suas fibras ópticas para cumprir compromissos, como o que exige cobertura em 14 mil localidades com 600 habitantes ou mais.

As teles, avalia, não vão construir tanta infraestrutura e de maneira tão esparsa, principalmente em áreas onde os ISPs fazem um bom atendimento. “Acho que o mais inteligente que as operadoras têm a fazer é o compartilhamento de rede com os pequenos. Os PPPs vão ter papel fundamental para atender as obrigações nas localidades isoladas”, avaliou.

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Rafael Bucco

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