Procergs fará licitação para serviços em nuvem

Como líder da operação, a Procergs definiu um termo de referência e vai gerar uma ata de registro de preços, até o final do mês.
Procergs fará licitação para serviços em nuvem - Crédito - Divulgação
José Leal, diretor presidente da Procergs Foto: Divulgação

A Procergs, Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio Grande do Sul, lançará em março o edital com as regras da licitação para a contratação de serviços de nuvem, que atenderá também às demais estatais públicas de TI do país. Como líder da operação, a empresa definiu um termo de referência e vai gerar uma ata de registro de preços, que deverá estar concluída até o final do mês.

A iniciativa está sendo apoiada pela a Associação Brasileira de Entidades de Tecnologia de Informação e Comunicação (ABEP), que reúne as estatais públicas de TI do país. Entre os potenciais fornecedores para atender essa demanda constam a AWS, Google, Microsoft, Oracle entre outros.

A escolha da Procergs para capitanear o processo de licitação não se deu por acaso. A empresa conta com uma longa experiência como provedora de serviços para o governo do Rio Grande do Sul e estatais vinculadas a ele.

“Fala-se muito que a Procergs atua como um broker nesse processo, mas na realidade estamos apenas conduzindo a licitação. Vamos trabalhar para proporcionar economicidade na contratação desse serviço. Atuamos de fato como um broker técnico de gestão apenas no Rio Grande do Sul, onde o governo optou por centralizar todos os assuntos de tecnologia em uma única secretaria”, afirmou José Antonio Leal, diretor presidente da Procergs.

O modelo baseado em broker para serviços de computação em nuvem no setor público já vem sendo praticado pelo Serpro, maior estatal de TI do país, desde 2020. Na ocasião, a estatal fechou acordos com a AWS, Huawei, Microsoft e Oracle, prevendo a contratação de serviços de nuvem de cerca de R$ 160 milhões nos próximos quatro anos.

Nível de maturidade

O contrato de licitação encabeçado pela Procergs, com duração estimada de 36 meses, será voltado para o consumo interno e crescimento vegetativo, permitindo inicialmente que 13 empresas do setor público façam a migração do ambiente “on premise” para o ambiente em nuvem.

Já foram fechados o protocolo de intenções, o catálogo de serviços e a volumetria, que vai desde a contratação de nuvem, infraestrutura, plataforma, capacitação e horas de consultoria. Conforme a ata de registro, cada empresa contrata o tipo de serviço aderente ao seu perfil.

“Quando olhamos o catálogo de serviços, identificamos Prodes com um nível de maturidade menor que a Procergs. Como estão começando a usar cloud, se limitam a contratar infraestrutura e não os serviços gerenciáveis e plataformas as a service”, disse.

Papel do broker

No que diz respeito à infraestrutura como serviço, a Procergs conta com 85 milhões de USNs (unidade de serviço por nuvem), fator de transformação de horas de uso. “É um número grande e está trazendo para nós uma visibilidade nacional muito grande”, observa Leal. A harmonização da cloud pública com a privada, segundo ele, está sendo feita pela Procergs para outras estatais.

A estatal gaúcha tem como fornecedores principais de nuvem a Oracle para banco de dados, e acabou de fechar um contrato com a Microsoft, que atenderá também o governo do Rio Grande do Sul. “Faremos a gestão desse contrato de forma a criar uma única instância”, frisou Leal. A estatal conta também com cloud privada com a Vmware, porém não tem muito serviço com a AWS.

Hoje a cloud privada da Procergs já tem mais de 50% consumidos de forma acelerada. “Certamente, a empresa precisará colocar parte disso na cloud pública. Esse é o trabalho principal do broker”, afirmou.

 Diferencial da Procergs

Responsável pela transformação digital do grupo Gerdau, Leal, quando assumiu o desafio da Procergs em 2019, fez logo uma reestruturação na empresa, que segundo ele, já desfrutava de boa reputação como provedora de serviços local e nacional.

Em 2008, a Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul fechou um acordo para fazer o processamento das notas fiscais eletrônicas de Santa Catarina, Alagoas, Piauí e Paraíba, com a infraestrutura da Procergs.

“Havia uma diretoria técnica com cerca de 800 pessoas, cujo diretor cuidava desde infraestrutura de cabo à ciência de dados. Criamos então diretorias de infraestrutura, de backoffice e uma outra focada em digital que cuida de portais, apps, inteligência artificial e ciências virtuais”, disse.

Na parte de infraestrutura de segurança, telecomunicações, atualização tecnológica e mais um data center backup, a empresa gaúcha estima investir R$ 88 milhões, em 2022 – praticamente o dobro do volume investido no ano passado devido à criação de um data center.

A Procergs é uma sociedade de economia mista, que tem como principal acionista o governo do Rio Grande do Sul, além da Corsan e a Oi com participação minoritária. Por ser uma empresa de economia mista está subordinada a lei Nº 13.303, que exige conhecimento de gestão e do ramo da empresa para quem está na diretoria.

 

 

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Redação DMI

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