Presidente do Itaú Unibanco quer mesmas regras para bancos e fintechs

Candido Bracher diz que banco aumenta aposta em inovação a cada ano. Produtos digitais já representam 69% do lucro líquido recorrente.

O presidente do grupo Itaú Unibanco, Candido Bracher, foi um dos palestrantes da manhã de hoje (12) do congresso Ciab Febraban 2018. O executivo usou o palco para defender a capacidade de inovação das grandes instituições financeiras. E cobrou ação dos reguladores para que fintechs e grandes bancos sigam as mesmas regras, conforme o serviço prestado.

“Acho que a entrada [de novas empresas] é uma questão extremamente enriquecedora. O importante é que haja igualdade de condições de competição, que empresas que façam a mesma coisa tenham as mesmas regras”, declarou.

Para ele, as fintechs não devem ser encaras como ameaça às instituições estabelecidas. “Vejo novos entrantes como oportunidade para o setor. São focados em produtos específicos, capazes de atingir níveis de eficiência grande. Mas têm dificuldade de oferecer serviços financeiros complexos”, minimizou.

Ainda assim, ele destacou que o banco está investindo pesado em novas tecnologias para se manter atualizado. Nos últimos dois anos, ampliou em 40% o valor aportado em tecnologia. Ativou mais de 1 mil APIs para parceiros.

Agora, vai aumentar a aposta na inovação aberta. Em agosto, o Itaú Unibanco lança um segundo espaço Cubo, em São Paulo, com 210 startups, 1,2 mil residentes e 20 mil m² de área. A unidade abrigará empresas inovadoras. Para se ter ideia da expansão, hoje a unidade tem 53 startps.

Resultados da inovação

Bracher disse que o banco também está ampliando o investimento em analytics. A empresa criou um centro de análise de dados e informações ano passado, com 50 cientistas de dados. Ainda este ano vai contratar mais 100 cientistas de dados.

Segundo ele, 5 milhões de clientes já foram impactados pelos novos serviços que surgiram a partir da rede de inovações que o banco criou com cubo e centro de excelência de dados. Na conta entram usuários de diferentes serviços ou aplicações.

Segundo ele, já são 600 mil usuários com o teclado Itaú em smartphones. A ferramenta, lançada há três dias, permite fazer transferências usando o teclado virtual do celular, a partir de qualquer aplicação. Também o Apple Pay, do qual é banco parceiro, se tornou a carteira digital mais usada do país, diz, sem oferecer números.

O banco também colhe economias. Como exemplo, cita a identificação de cheques, que passou a ser totalmente digital no último ano, graças à aplicação de inteligência artificial e machine learning. O uso de canais digitais de atendimento levou a uma queda de 73% de chamadas atendidas pelas centrais telefônicas no último ano. No chat, o banco obteve um aumento de 154% de acessos.

O resultado das ações são medidas em lucro. Segundo ele, nada menos que 69% do lucro líquido recorrente do Itaú é hoje fruto de produtos digitais. Em 2015, eram 32%. O que justifica não apenas o investimento, com a expansão da importância da inovação na cultura da empresa.

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Rafael Bucco

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