Prejuízo da Telebras aumenta 5,6% em 2019, para R$ 237,5 milhões
A estatal Telebras registrou prejuízo líquido de R$ 237,52 milhões em 2019, conforme dados financeiros enviados à CVM no final de semana. A empresa ampliou a receita em 2,3%, para R$ 204,25 milhões.
Mas a alta não foi suficiente para tapar o buraco causado pelo aumento dos custos financeiros, que triplicaram no período e atingiram R$ 133 milhões. As despesas da empresa saltaram 13,4%, e atingiram R$ 318,74 milhões.
O EBITDA da companhia ficou em R$ 68,36 milhões, revertendo a cifra do ano anterior, que foi negativa em R$ 62,8 milhões.
Da receita, R$ 217 milhões vieram de serviços de comunicação multimídia, alta de 28,1%. Já R$ 36,54 milhões são resultantes da locação da capacidade do satélite, queda de 53,3%. Aluguéis e locações de outros ativos somaram R$ 10,86 milhões, queda também de 11,8%.
Depreciação
Também contribuiu para o resultado negativo a migração para o padrão de contabilidade IFRS-16 e a depreciação do SGDC e outros ativos da companhia. Ao todo, foi registrada depreciação e amortização de R$ 191,26 milhões em 2019, um aumento da rubrica em 51%.
“O aumento de 51,0% e 214,6% na comparação entre os exercícios de 2019 e 2018 e 2017 é justificado basicamente pelo aumento da base de bens sujeitos à depreciação/amortização, devido, principalmente à mudança do “status” do Artefato Satelital, que saiu da condição de “em andamento” para “em serviço” no terceiro trimestre de 2018. O valor do custo reconhecido do Artefato Satelital e dos Equipamentos Terrestres em operação em dezembro de 2019 totalizou R$ 2,1 bilhões e gerou um custo de depreciação nos 12M19 de R$ 143,7 milhões (R$ 65,1 milhões nos 12M18)”, explicou a empresa no relatório.
Operacional
Ao final de 2019, a operadora tinha 12 mil pontos de acesso à internet satelital instalados em escolas públicas, postos de fronteira do Exército e unidades de saúdo espalhados pelo país. Além disso, a tele contabilizava 15.015 circuitos instalados, crescimento de 311%.
A operadora apresentou nos documentos o plano para o triênio 2020-2022. A intenção é ampliar a rede óptica atualmente com 28 mil km, criando ligações dentro dos estados da Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí e Pernambuco. A rede também terá aumento de capacidade, passando de 40 canais de 40 Gbps para 40 canais de 100 Gbps.
A Telebras comunicou que ainda não obteve resposta da Eullalink sobre o rompimento amigável de contrato para uso do cabo que ligará Brasil a Europa. A estatal seria cliente preferencial do cabo, de acordo com um compromisso de uso firmado em 2018. Mas, em 2019, após o novo enquadramento da empresa no orçamento da União, que parou de ter autonomia para investimentos, acha improvável cumprir o compromisso em 2020. Por isso, solicitou o rompimento do contrato.
O governo também ajudou menos que o previsto. Apesar de ter um orçamento para investimentos aprovado para de R$ 10 bilhões para o ano, a companhia recebeu da União apenas R$ 106,85 milhões. Com isso, realizou apenas 10% do previsto.
Para 2020, a previsão de investimento da companhia é de R$ 64,29 milhões.