Predomínio do WhatsApp no Brasil desperta interesse da indiana GupShup
O que o WhatsApp, Índia e Brasil possuem em comum? Se ao primeiro impulso a resposta que vem à cabeça é “nada”, pense outra vez. O predomínio do app de mensageria fez com que o mercado brasileiro se abrisse a soluções de automação conversacional por empresas do mundo todo, inclusive da Índia, e atraiu a atenção da desenvolvedora GupShup.
Em 2022, o Brasil superou a Ásia em quantidade de usuários no WhatsApp, com 147,33 milhões de usuários, ou mais de 54% da base na América do Sul. O app é de longe o mais usado entre as plataformas de mídias sociais no Brasil e está virtualmente presente em quase todos os smartphones no país. Mais de 96% da população brasileira é usuária ativa do aplicativo, enquanto que 35% o cita como sua plataforma favorita de mídias sociais, segundo a empresa GupShup, que por isso mesmo decidiu apostar no mercado local.
“A América Latina é indiscutivelmente a região de crescimento mais rápido da Gupshup globalmente, fora da Índia. É um mercado de “message first”, e os consumidores escolhem cada vez mais serviços de mensagens como sua forma primária de se engajar como negócios locais”, diz Bruno Montoro, Diretor de Enterprise Business na América Latina para a Gupshup, responsável pela geração de mais de 10 bilhões de mensagens no app todo mês, no mundo.
Em dezembro, a empresa nomeou Gabriel Queiroz para ocupar o cargo de Executivo de Contas Senior no Brasil e Lilian Koyama, Gerente de Design Conversacional. O foco da empresa é atender o segmento corporativo com chatbots e outras ferramentas que facilitem a interação entre negócios de quaisquer porte e clientes.
O Tele.Síntese conversou com Beerud Sheth CEO e cofundador, que comentou o interesse local. “O Brasil e a América Latina formam um polo muito grande que está em nossa mira. Assim como na Índia, usam muito o WhatsApp, tecnologia que está em nossa essência. No território brasileiro, temos grande penetração na base da pirâmide e um crescimento muito expressivo no meio e no topo, com as maiores empresas”, afirmou.
A empresa chega por aqui de forma “orgânica”, diz, sem precisar de aquisições. Mas ele não descarta aquisições locais. “Estamos abertos, mas precisa ser uma ótima mescla e ser estratégico, ter boa química também entre os times”, falou. Nos último ano a GupShup comprou 12 outras empresas ou tecnologias proprietárias capazes de expandir seus serviços. Para este ano, a expectativa do grupo é faturar US$ 400 milhões com a automação de mensagens.