Preço dos 700 MHz vai cair, estima presidente da Anatel
Baigorri afirma que alta da Selic e menor potencial de receita devem reduzir o preço do leilão de 700 MHz em relação ao de 2021.
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que o leilão da faixa de 700 MHz deve ocorrer no final de 2025 e terá preço significativamente menor em relação ao leilão de 2021. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao Tele.Síntese.
Segundo o dirigente, a consulta pública já foi encerrada e a área técnica da agência está finalizando a análise das contribuições. O material será enviado ao Conselho Diretor e, depois de aprovado, segue para o Tribunal de Contas da União (TCU), que precisa validar o desenho do edital e a precificação dos lotes.
“O preço do leilão vai ser significativamente menor que aquele que tivemos em 2021”, afirmou Baigorri. De acordo com ele, a principal razão é a elevação da taxa Selic, que afeta diretamente o valor presente dos ativos. “Se mantiver todas as receitas e despesas iguais, só a alteração da Selic já reduz significativamente o valor”, explicou.
Além do custo de capital mais alto, Baigorri mencionou que o potencial de receitas da faixa também está menor, considerando a entrada de novos players no mercado e a crescente maturidade do setor. “É um mercado com menos clientes novos para adquirir”, pontuou.
A faixa de 700 MHz já é usada atualmente por operadoras como Vivo, Claro, TIM e Algar em caráter primário, e por outras empresas em caráter secundário. Em 2021, a faixa de 700 MHz foi vendida no leilão do 5G ao preço de R$ 1,42 bilhão à Winity (ágio de 805%), empresa que pretendia explorar o ativo como rede móvel neutra. O negócio não evoluiu após tentativa de acordo para ceder o espectro à Vivo, sendo limitado pela Anatel. Diante disso, a Winity devolveu a faixa, que será mais uma vez leiloada.
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