Por mais segurança, bancos e fintechs lideram casos de uso do Open Gateway

Representantes do setor de telecom indicam que próximas APIs estão em estudo; antes de lançar, indústria precisa padronizar os parâmetros técnicos das soluções e avaliar eventuais impactos regulatórios
Bancos e fintechs lideram casos de uso das APIs do Open Gateway no Brasil
Soluções de segurança digital do Open Gateway tem atraído bancos, fintechs e market places

Um dos grandes trunfos do setor de telecomunicações para monetizar o 5G, o Open Gateway, programa que prevê abrir as redes a terceiros por meio de APIs padronizadas, já começa a ganhar tração no País. Até aqui, o setor financeiro é o que mais tem puxado os casos de uso da iniciativa, tendo em vista que as soluções já disponibilizadas pelas operadoras Claro, TIM e Vivo são direcionadas à segurança no ambiente digital.

“A padronização tecnológica traz ganhos de escala, eficiência e simplicidade de uso. Bancos tradicionais, fintechs, market places e aplicativos de delivery são os mais ativos [no uso das APIs] – e faz sentido, já que prevenção de fraude é uma dor desse setor”, destacou Marcos Vassali, diretor de Business Development, Innovation & Reporting da TIM Brasil, em painel do Digital Money Meeting (DMM), evento realizado pelo Tele.Síntese, nesta segunda-feira, 3.

No fim do ano passado, o trio nacional de operadoras lançou três serviços que integram o programa global anunciado pela GSMA, associação global de teles, no início de 2023. Todas as aplicações são voltadas à segurança digital: verificação de número, troca de SIM e localização de dispositivo.

Segundo o executivo da TIM, a indústria brasileira de telecom já tem “estudos para os próximos” serviços que serão oferecidos via Open Gateway. Entretanto, ele não revelou qual o direcionamento das soluções.

O diretor executivo de Serviços Financeiros da Claro e Claro Pay, Maurício Santos, por sua vez, indicou que a operadora tem desenvolvido soluções de monetização de dados, como uma aplicação para aperfeiçoar a avaliação de score de crédito.

“Existe um trabalho da Claro e de outras operadoras para desenvolver outras APIs, que serão padronizadas para aumentar a qualidade dos serviços”, disse Santos, que no mesmo evento apresentou as vantagens que o Claro Pay tem proporcionado aos negócios de telecomunicações da empresa.

Representando o setor de telecom, a diretora Administrativa, Jurídica, Tributária e Secretária-Geral da Conexis, Natasha Nunes, afirmou que as próximas APIs ainda precisam passar por padronização técnica no País.

“Após essa etapa, a Conexis entra para garantir a compatibilidade entre todas as operadoras e avaliar o impacto jurídico e regulatório para as empresas brasileiras – e também se essas APIs podem alcançar políticas públicas”, explicou.

Caso de uso

O Itaú Unibanco é um dos atuais usuários do Open Gateway. O banco contratou o serviço de identificação de troca de chip (SIM Swap) da Vivo para prevenção de fraudes. O serviço, vale destacar, é interoperável entre as três teles. Desse modo, a instituição financeira pode acessar informações disponibilizadas por todas as operadoras de porte nacional por meio da API.

De acordo com Ana Paula Cerchiari, superintendente de Produtos Cash Management PJ do Itaú, a necessidade de recorrer à aplicação decorre do fato de que, “quanto mais digital e online ficamos, mais desafios temos”. Além disso, a executivo frisou que o banco precisa, cada vez mais, realizar operações com mais celeridade e facilitar a usabilidade por parte do cliente.

“Já vemos reduções de fraudes nos nossos indicadores. Temos evoluído com uma série de conversas com agentes do grupo para entregar mais valor ao cliente final. Se achamos que tem valor, vamos buscar a aplicação”, pontuou Ana Paula.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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