Pirataria de TV paga quadruplicou em 2 anos no Brasil, diz AMX

Executivo da América Móvil, dona da Claro Brasil, diz que problema no Brasil não tem similar na América Latina, e que adesão ao Claro TV Box não compensa ainda a saída de assinantes da TV paga legada.

O declínio do mercado de TV por assinatura tradicional, que sofre com a competição dos aplicativos de streaming em todo o mundo, é ainda acentuado no Brasil devido ao crescimento de uma modalidade ilegal de consumo de conteúdo: o IPTV pirata.

Segundo Oscar Von Hauske, Chief Operating Officer da América Móvil, controladora da Claro Brasil, o problema se tornou ainda mais dramático nos últimos dois anos. No período, a quantidade de conteúdo pirata consumido no país cresceu em três a quatro vezes.

A Claro, lembrou o executivo, lançou o aparelho Claro TV Box para fazer frente ao avanço do streaming legal, como Netflix, Amazon Prime Video, Globoplay, Disney Plus, entre outros. O produto, observou, tem tido alta demanda – lançado este ano, chegou a 190 mil usuários no terceiro trimestre. Mas esse crescimento está abaixo da fuga de clientes da TV paga comum.

“Embora esteja sendo bem aceito, não é o suficiente para equilibrar o declínio do legado e está afetando [a TV paga] em satélite e cabo”, disse.

A pirataria, acrescentou, é um problema tipicamente brasileiro, não visto na mesma proporção nos demais mercados da América Latina. Ele observou que o IPTV tornou tudo mais sofisticado, uma vez que o conteúdo ilegal passou a ser distribuído com assinatura e pagamento mensal, via Paypal, exemplificou.

“Então, o que temos visto no mercado total de TV paga é um declínio de 8% ano a ano, e foi exatamente de 8% o declínio também em nossa base de assinantes do serviço”, disse.

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Rafael Bucco

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