PIB do Brasil vai encolher 5,3% este ano, prevê FMI

Fundo Monetário Internacional prevê retração mundial em função da Covid-19. No caso Brasileiro, tombo será 5x superior à média registrada pelos demais países emergentes.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou hoje, 14, revisão do relatório no qual calcula projeções para a economia mundial no ano. No documento, aponta o tamanho da crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. Dos muitos países afetados, o Brasil terá encolhimento de 5,3% da economia.

A organização afirma que haverá retração de 3% do PIB global. O Brasil terá encolhimento mais intenso que a maioria dos países em desenvolvimento. Na média, os emergentes vão encolher 1%. Na América Latina, apenas México deverá apresentar retração maior que o Brasil, de 6,6%.

Na previsão divulgada em janeiro, o FMI previa expansão mundial de 3,3% neste ano e de 4,4% entre os emergentes. O Brasil cresceria 2,2%.

Outros países

O relatório aponta que em 2021 a economia mundial deverá crescer mais para compensar o encolhimento de 2020. A previsão é de que haja expansão do PIB mundial de 5,8% (a previsão pré-Covid era de crescimento de 2,4%). O Brasil crescerá 2,9%,

O material indica que os países desenvolvidos terão tombo superior aos emergentes. Lá, o encolhimento será, em média, de 6,1%. Nos Estados Unidos, a retração será de 5,9%. O conjunto de países que compõem a Zona do Euro, na Europa, vai encolher 7,5%.

Na Ásia, calcula-se que a China, depois de crescer mais de 6% em 2019, registre expansão econômica de no máximo 1,2%. A Índia deverá ter o ritmo de crescimento cortado pela metade, a 1,9%.

Cenários

Essa projeção do FMI leva em conta um cenário para a pandemia restrita a 2020, e normalização da economia em 2021. Caso, porém, haja novo surto no ano que vem em 2021, a retração total do PIB mundial poderá chegar a 5%. E caso a pandemia não acabe em 2020 e perdure por meses 2021 adentro, o encolhimento será de quase 8%.

O FMI ressalta, no entanto, que acredita no cenário otimista, de crise contida neste ano em função da evolução da doença. Justifica tal visão remetendo ao histórico do combate à pandemia. Nos países onde se levou a sério a política de isolamento social, reforço do sistema de saúde, incentivos às empresas e benefícios sociais, houve diminuição do contágio e entrou-se em uma etapa de controle compatível com a capacidade dos hospitais, argumenta.

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Rafael Bucco

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