Pharol reduz participação na Oi a quase zero
A Pharol divulgou hoje, 28, os resultados do primeiro semestre de 2023. A empresa portuguesa vendeu papéis da Oi, reduzindo sua participação a apenas 0,18%.
“Os desenvolvimentos mais recentes registados pela nossa participada Oi, sobretudo com o pedido formulado de novo processo de Recuperação Judicial e algum arrastar das negociações com Credores, justificam plenamente a opção tomada de elevada prudência na gestão da carteira de acções da Pharol naquela empresa”, explica a Pharol no relatório financeiro publicado nesta sexta-feira.
O movimento de desinvestimento na Oi começou ainda ano passado, apesar das previsões à época de saída da recuperação judicial. A Pharol terminou 2022 com 2,2% do capital social da Oi, depois de vender mais da metade dos papéis que possuía da companhia brasileira. A venda das ações da Oi este ano não evitou prejuízo de 1 milhão de euros à Pharol.
Os ativos da Pharol se resumiam à participação na Oi e à potencial recuperação de quase 1 bilhão de euros em investimentos feitos nos títulos podres da Rioforte em 2014, empresa falida do extinto banco português Espírito Santo. Na Oi, tinha cerca de 4,66% em 2023 – chegou a ter 27,5% no passado, mas foi diluída na primeira recuperação judicial.
Da fraude contábil à RJ da Oi
A Pharol tem origem nos acontecimentos que contribuíram fortemente para o colapso da Oi rumo à recuperação judicial. Foi criada de restos da Portugal Telecom, que iria se fundir com a tele brasileira em 2014.
A fusão naufragou quando foi descoberto o buraco dos investimentos fraudulentos da Portugal Telecom na Rioforte, ordenados por Zeinal Bava, que era CEO da tele portuguesa e chegou a comandar a Oi.
O escândalo levou a uma ruptura do acordo, venda da PT Telecom à francesa Altice e embolso do pagamento à Oi, que mesmo assim arcou com passivos bilionários. Pelo caso, Bava foi condenado pela CVM no Brasil a pagar R$ 169,45 milhões em multas. Em Portugal, as acusações criminais de que foi alvo foram arquivadas.
A Pharol foi então criada por antigos sócios da PT Telecom em 2015 para gerir a participação de 27,5% que os portugueses tinham na Oi e a cobrança judicial de títulos da falimentar Rioforte.