Pesquisa aponta redução da participação das mulheres no mercado de TI

Levantamento mostra também que os homens chegam a ganhar 11% a mais em cargos iguais aos ocupados pela força de trabalho feminina
Cartão de visita fotografia desenhado por Tirachard - Freepik.com
Cartão de visita fotografia desenhado por Tirachard – Freepik.com

Entre 2007 e 2017, a participação da mulher no mercado brasileiro de TI recuou, passando de 24,05% para 19,83%, considerando aquelas empregadas em empresas do setor, e de 23,37% para 19,79% entre os profissionais que atuam em cargos de tecnologias em empresas de outros ramos. É o que mostra o estudo “Mulheres na TI – Atuação da mulher no mercado de trabalho formal brasileiro em Tecnologia da Informação”, promovido pela Softex, com o apoio da Secretaria de Empreendedorismo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O levantamento, feito a partir dos dados disponíveis na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), base disponível do Ministério do Trabalho, mostra também que há diferença ne remuneração entre gêneros. “Se em 2007 os homens ganhavam, em média, 5,34% mais que as mulheres, em 2017 essa diferença aumentou, passando para 11,05% nas empresas de TI”, diz a Softex. Nas profissões de TI em empresas de outros ramos, essa diferença salarial cai para 2%.

Para a Softex, uma das explicações para o aumento da diferença salarial no período é a queda da participação das mulheres em cargos diretivos e gerenciais, os quais passaram a ser mais ocupados por homens proporcionalmente. Há, de fato, maior predominância de homens entre os engenheiros (87,4%) e nos cargos diretivos (87,1%) onde os salários são mais altos.

Em números absolutos, em 2017, havia 514.605 profissionais de TI no mercado formal da economia, alocados em setores especificamente de Tecnologia da Informação ou em outros setores da economia. Destes, 204.177 eram profissionais nos setores de TI e 310.428 nos outros setores da economia.

Como medidas para reverter a baixa participação das mulheres no setor de TI, bem como ao gap salarial, a pesquisa sugere que a formação/maior escolaridade pode-se constituir como vetor potencial para dirimir tais diferenças, associado a outras políticas de valorização da mulher no mercado de trabalho. “Portanto, considera-se importante o estímulo de políticas públicas para o desenvolvimento da educação, como também para o fomento da participação da mulher no mercado de trabalho, onde de fato vem perdendo participação no período analisado”, conclui a Softex.

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Da Redação

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