Peru destina faixa de 6 GHz para o WiFi

País segue exemplo brasileiro e determina uso de toda a faixa em caráter secundário para uso indoor, com características técnicas semelhantes às adotadas aqui

O governo do Peru decidiu destinar toda a faixa de 6 GHz para uso do WiFi. O Ministério de Transportes e Comunicações do país publicou hoje, 30, a regra que libera a faixa de 5925 a 7125 MHz para a tecnologia, em caráter secundário e com radiação restrita.

As características de uso se assemelham às estabelecidas no Brasil pela Anatel, em fevereiro. Lá também fica determinado o uso indoor. A potência máxima de é 1 Watt e 30 dBm.

Por serem equipamentos para uso em áreas internas, não podem ser resistentes a intempéries. Podem trazer antenas internas, mas não podem aceitar novas antenas externas. Também não podem funcionar com baterias. E a eles é vedada a conexão de drones.

A decisão do país vizinho foi influenciada tanto pelo movimento brasileiro, quanto por pressões dos Estados Unidos, que defendem mais espectro para WiFi e também adotaram os 6 GHz com faixa para a nova geração da tecnologia.

Martha Suarez, presidente da DSA, comemorou. “A DSA celebra essa decisão, que pavimenta o caminho para o WiFi6E no Peru”, resumiu em sua conta no Twitter. A DSA é a Dynamic Spectrum Alliance, associação internacional que tem entre seus quadros as big techs Amazon, Google, Facebook e Microsoft, e advoga por mais espectro para uso não licenciado.

HAPS

A resolução ministerial do Peru também traz uma inovação: regulamenta o uso de fatia das ondas milimétricas por HAPS – sigla em inglês para sistemas de plataformas de alta altitude. Ou seja, o país regulamentou o uso de balões, drones e dirigíveis em redes de telecomunicações sem fio.

No caso, o país decidiu autorizar o funcionamento de HAPS nas frequências de 21,4-22 GHz, 24,25-25,25 GHz, 25,25-27,5 GHz, 31-31,3 GHz, 38-39,5 GHz, 47,2-47,5 GHz y 47,9-48,2 GHz. Os equipamentos só podem ser usados em zonas rurais e em situações de emergência onde não haja redes em funcionamento. A atribuição não é exclusiva, outros serviços podem utilizar também essas faixas em caráter primário.

O Brasil ainda não decidiu os requisitos do HAPS, mas também trabalha para regulamentar a tecnologia nas frequências aprovas em 2019 na Conferência Mundial de Rádio (WRC-19). No caso, foi definido o uso dos espectros de 22 GHz, 26 GHz e 38 GHz.

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Rafael Bucco

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