Parlamento dos EUA mantém acusação de prática anticompetitiva das Big Techs
O CEO da Amazon, Jeff Bezos, o CEO da Apple, Tim Cook, o CEO do Google, Sundar Picha,i e o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, testemunharam ontem, 29,durante cinco horas, perante o subcomitê de defesa da concorrência da Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que investiga práticas anticoncorrencias dessas empresas há mais de um ano. E os parlamentares democratas e republicanos uniram-se em um grande número de críticas e acusações contra as empresas que reúnem atualmente os homens mais ricos do mundo.
No final da audiência – que indagou não apenas as práticas comerciais das empresas, mas abordou o boicote de anunciantes ao Facebook, a “censura” de mensagens conservadoras, e até a “espionagem” do governo chinês – o deputado republicado e presidente do painel, David Cicilline, reforçou a denúncia de prática monopolista das empresas:
“Essas empresas, como existem hoje, todas têm poder de monopólio e seu controle do mercado permite que façam o que for preciso para esmagar negócios independentes e expandir seu próprio poder, afirmou o deputado.
Devido à pandemia, os quatros apareceram junto, por videoconferência. E, juntos tentaram demonstrar humildade e negar práticas anticompetitivas, apresentando-se como participantes e mercados digitais muito competitivos. Mas esquivaram-se de responder perguntas que transforam as empresas nesses gigantes.
Amazon
Uma das principais denúncias concorrenciais contra a Amazon referiu-se ao fato de Bezos ter dado declarações falsas ao parlamento anteriormente. A gigante do comércio eletrônico havia dito que não utiliza dados de vendedores externos para aumentar as vendas de seus próprios produtos. Mas a deputada democrata Pramila Jayapal levantou relatórios públicos que indicavam o contrário, levando Bezos a admitir: “O que posso dizer é que temos uma política contra o uso de dados específicos do vendedor para ajudar nossos negócios de marcas próprias”, disse ele. “Mas não posso garantir que a política nunca foi violada.”
Zuckerberg foi indagado sobre as ferramentas que o Facebook usa para obter informações sobre a concorrência. O deputado democrata Hank Johnson mencionou a aquisição pelo Facebook em 2013 de um aplicativo de segurança israelense chamado Onavo Protect, que a empresa usou para obter visibilidade de como os consumidores estavam usando muitos aplicativos instalados em seus telefones. Isso ajudou o Facebook a monitorar concorrentes em potencial, o que o levou a comprar em 2014 o WhatsApp, por US $ 19 bilhões em 2014. Outro parlamentar, em posse de um e-mail de Zuckerberg afirmando que precisava olhar o desempenho do Instagran, que acabou sendo também adquirido pela corporação, dizia que nessa correspondência o Facebook queria “esmagar a concorrência”.
Ao que o CEO do Facebook respondeu: “Era um campo que iríamos ingressar de qualquer modo, já tínhamos desenvolvido o sistema. Então resolvemos comprar o Instagran”
O Google foi pergutnado sobre o seus sistema de anúncios aliado ao processo de buscas. Acusaram o Google de armar seu mecanismo de busca para colocar os rivais em desvantagem. Cicilline chegou a afirmar que a empresa “roubou conteúdo para criar seu próprio negócio”, citando sua prática de selecionar e exibir informações na parte superior dos resultados de pesquisa dos usuários.
Pichai, o CEO da big tech, afirmou por sua vez, que “Hoje, apoiamos 1,4 milhão de pequenas empresas”.
Apple
A fabricante de aparelhos foi a que menos acusações sofreu durante a audiência. Mas as perguntas foram direcionadas para o relacionamento da gigante com os desenvolvedores de software, na App Store. Alguns legisladores questionaram a política da empresa de cobrar uma comissão de até 30% nas vendas e assinaturas no aplicativo, Em resposta, Cook disse que a empresa não aumentou seus preços desde que abriu a loja, em 2008.
Com reportagens do New York Times e Washington Post