Para superar rivais, Ericsson deposita fichas na Vonage

Ericsson aposta em plataforma global de APIs para desenvolvedores de aplicações utilizarem redes 5G, e Vonage é responsável por tal plataforma.

Crédito: divulgação

A fabricante sueca de equipamentos para redes móveis Ericsson divulgou hoje, 20, os resultados no terceiro trimestre, no qual teve lucro equivalente a US$ 478,67 milhões. O valor é 7% inferior ao registrado no mesmo período de 2021, embora a companhia tenha ampliado as receitas em 21%, para US$  6,03 bilhões. Na divulgação, a Ericsson deixou claro que deposita muitas fichas na Vonage, empresa de serviços de comunicação em nuvem recém adquirida, para se manter à frente das rivais.

“O 5G oferece capacidades únicas, como velocidade e baixa latência. Esperamos rentabilizar essas capacidades através de APIs de rede. Estamos trabalhando com operadoras para aprofundar a monetização dos investimentos feitos por elas através da nossa plataforma global de redes. E esperamos que esta aquisição [Vonage] também acrescente clientes em transformação digital, definindo como redes 5G geram dinheiro”, diz Börje Ekholm, presidente da Ericsson, no relatório trimestral.

Diferente de outros fabricante, a Ericsson concentra esforços em vender redes privativas por intermédio de operadoras, suas clientes de longa data, e a Vonage é a intermediária de um novo universo baseado em desenvolvimento de aplicações para o 5G.

A Vonage fica na unidade Entreprise (corporativa), que registrou aumento de 231% nas vendas com a integração no trimestre. Mas as receitas ainda são poucas (US$ 460 milhões) diante do total da companhia (US$ 6 bilhões).

Por isso, a Ericsson manifestou preocupação com o ritmo de liberação das faixas médias para exploração da tecnologia mundo afora. “Esperamos ver muitos novos casos de uso para o 5G onde já vemos o FWA [banda larga fixa via 5G] ganhar tração”, completa. Segundo ele, o ciclo de investimento em redes de quinta geração será mais longo de que os vistos nas gerações anteriores.

Ekholm aponta como desafios a inflação, que levou a ajuste de preços e deve pressionar margens; e a redução de custos.

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Rafael Bucco

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