Para integrar o digital ao real

A ideia é ter a reprodução digital de algum objeto físico – planta fabril, linha de produção, máquina, robô – e, por meio desse gêmeo digital, interagir com o gêmeo físico para obter resultados.

Edvaldo Santos, Vice-Presidente de P&D e Inovação da Ericsson

GÊMEOS DIGITAIS 

2º Lugar 

Categoria Fornecedores de Produtos 

Empresa: Ericsson 

[O Tele.Síntese publica ao longo das próximas semanas as reportagens publicadas no Anuário Tele.Síntese de Inovação 2022, editado no final do ano passado e que pode ser baixado na íntegra e gratuitamente aqui] 

Entre as tecnologias disruptivas para a indústria 4.0 poucas revolucionam e trazem tanta produtividade como o conceito de gêmeo digital. A Ericsson avançou ainda mais no conceito associando-o ao de Realidade Estendida (XR-eXtended Reality) já utilizada pela indústria de games, que agregou vantagens em relação à tele operação de robôs móveis, com ênfase nos aspectos de segurança e eficiência de operação.  

Karam Takieddine, responsável pelo Laboratório de Inovação de P&D da Ericsson no Brasil, explica que, no caso dos Gêmeos Digitais, a ideia é ter a reprodução digital de algum objeto físico – planta fabril, linha de produção, máquina, robô – e, por meio desse gêmeo digital, interagir com o gêmeo físico para obter resultados.  

“Combinamos essas duas tecnologias emergentes e lançamos a solução Gêmeos Digitais e Realidade Estendida para Industria 4.0. A realidade estendida é o guarda-chuva de realidades – Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Realidade Mista. A Realidade Aumentada integra os objetos digital e real como no joguinho do Pokemon Go. A Realidade Virtual implica na imersão completa no mundo digital. Mas a mais sofisticada é a Realidade Mista em que se interage com objetos físicos e virtuais”, explica Takieddine.  

A Ericsson aplicou as duas tecnologias à área de robótica da empresa e obteve ganhos de eficiência operacional. No experimento foi usada a realidade estendida para fazer a tele operação de um robô móvel de forma remota, usando inclusive joysticks físicos virtuais com imagens transmitidas pelo robô. Takieddine observa que em locais com alto risco de acidente, em vez de enviar um funcionário para operar o robô, isso pode ser feito via realidade estendida, que para este tipo de situação traz ganhos de eficiência operacional porque se cometem menos erros.  

“É uma solução 100% brasileira e nossa intenção é de que ela se torne global. Começamos com uma prova conceito há dois anos no nosso laboratório de inovação em Indaiatuba. Houve interesse de operadoras globais como a STC da Arábia Saudita. No Brasil, fizemos demonstração para várias operadoras e há um interesse grande. O ideal é vender por meio de uma operadora, que pode oferecer a solução para uma mineradora ou planta industrial. Para esse tipo de aplicação é necessária uma rede de alta performance, devido a necessidade de baixa latência”, sinaliza Takieddine.

A Ericsson tem 12 centros de pesquisa, desenvolvimento e inovação no mundo e o centro de Indaiatuba é o único do Hemisfério Sul instalado ao lado das áreas comercial e fabril. O conceito é de inovação aberta com muita integração com parceiros. “O gêmeo digital foi um dos poucos projetos que desenvolvemos totalmente in house”, diz Takieddine. (Carmen Nery) 

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