Para conectar mais 1,5 bilhão de pessoas são precisos US$ 450 bilhões, calcula UIT

Braço da ONU para o setor de telecomunicações propõe pacto para assegurar que 60% da população mundial tenha acesso à internet até 2020.

reuniao-936x600pxA União Internacional de Telecomunicações (UIT), braço da ONU dedicado ao setor de telecom, divulgou um estudo nesta quinta-feira, 21, em que analisa a situação da conectividade da população mundial. No documento, a entidade conclui que é preciso pressa para conectar 1,5 bilhão de pessoas atualmente alijadas das redes digitais. Pelos cálculos, seriam necessários investimentos da ordem de US$ 450 bilhões em infraestrutura de redes para se conseguir o feito.

Conforme o material, é preciso conectar 267 milhões de pessoas na África, 86 milhões no Oriente Médio, 932 milhões na Ásia, 41 milhões na Comunidade dos Estados Independentes (norte da Ásia), 50 milhões na Europa, e 121 milhões nas Américas.

A UIT aponta, ainda, que a qualidade da legislação de um país para o setor de telecomunicações está diretamente ligada à sua capacidade de reduzir a desigualdade digital. Segundo a entidade, países com planos de expansão da banda larga conseguiram, em média, uma penetração da banda larga fixa 2,5% maior que aqueles sem iniciativas reguladoras semelhantes. Estes planos também resultaram em 7,4% mais banda larga móvel do que outros países.

As conclusões do documento contrariam propostas apresentadas por empresas em consulta pública recente sobre o marco regulatório das comunicações, organizada pelo Ministério das Comunicações. Na ocasião, associações de empresas e operadoras pediram menos regulação, redução de metas e mais subsídios para conectar os rincões do país.

Pacto global
O estudo divulgado hoje foi a base para a proposta de um pacto global pela conectividade. Durante o Fórum Econômico Mundial, que acontece nesta semana na cidade suíça de Davos, a UIT anunciou a criação de um “diálogo” internacional para acelerar a conexão desse 1,5 bilhão de pessoas.

Pelos números da UIT, 3,2 bilhões de pessoas hoje acessam a internet, enquanto o restante, 4,2 bilhões, não o fazem. No conjunto das 48 nações mais pobres, menos de 10% da população acessa a rede mundial. A proposta do diálogo é assegurar que ao menos 60% da população mundial esteja conectada até 2020. A meta já havia sido definida em 2014, com a assinatura de 193 países a uma agenda de conectividade para o resto da década.

O diálogo anunciado hoje no Fórum Mundial será tocado pela comissão de banda larga da UIT. Do encontro na Suíça saiu um documento assinado por UIT, Fórum Mundial, GSMA, WSIS, Estados Unidos, ONE.org, Aliança pela Internet Acessível, e Unesco, entre outros. Estes grupos prometem se encontrar em eventos ao longo deste ano para definir estratégias de ação.

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Rafael Bucco

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