Para CEO da Claro, é preciso conter expectativas em torno do 5G

Paulo César Teixeira afirmou que operadoras correm riscos ao prometer velocidades de gigabit: "A rede mais rápida do mundo é a coreana, que tem velocidade média de 420 Mbps", diz

Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro Brasil

O CEO da Claro, Paulo César Teixeira (foto), afirmou hoje, 16, que é preciso “controlar as expectativas” do público em torno da ativação do 5G nas capitais brasileiras. Segundo ele, as operadoras não devem incorrer no erro de prometer mais do que de fato o usuário será capaz de perceber acerca dos benefícios da tecnologia.

“A chegada do 5G… tem que controlar as expectativas, não podemos fazer promessas exageradas, de gigabit de conectividade. A rede mais rápida do mundo é a coreana, que tem velocidade média de 420 Mbps. As demais redes no mundo entregam em média menos de 400 Mbps”, ressaltou. Ele participou de painel do 5G Summit Brasil, evento organizado pela fabricante de chips Qualcomm.

A Claro, assim como as demais operadoras, está ligando redes 5G Standalone e Non-Standalone na faixa de 3,5 GHz nas capitais brasileiras, conforme a frequência é liberada. Hoje, a ativação aconteceu em Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Salvador (BA), chegando a 8 o número de cidades com a quinta geração funcionando na banda. As próximas cidades previstas para receber o serviço, após liberação da Anatel, serão Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).

Receitas

Teixeira comentou que no momento a Claro busca entender as melhores formas de monetizar a nova tecnologia. A percepção inicial é positiva, de que há incremento no tráfego, o que favorece a ampliação das receitas pela operadora.

Ele destacou, porém, que é preciso acelerar as vendas de celulares compatíveis. Apenas 5% dos dispositivos hoje na rede da Claro são capazes de se conectar a redes 5G.

“Falamos com os fabricantes para pararem de nos fornecer aparelhos 4G e passamos a comprar apenas modelos 5G. E incentivamos a demanda a partir de determinado preço, não apenas no segmento premium, para amploar a base. Isso para cumprir a lógica de que tem que ter tráfego para sustentar o investimento, e tráfego vem com os dispositivos”, ressaltou.

Teixeira reafirmou que a Claro mira o segmento de consumo, mas também o mercado corporativo. Para este, trabalha na entrega de redes privativas.

A frequência de 26 GHz, comprada no último leilão da Anatel, ainda está para ser utilizada. A Claro, contou, pretende utilizar o insumo para melhorar a capacidade da rede em ambientes com alta concentração de pessoas, como estádios de futebol.

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Rafael Bucco

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