Para a Claro, desenvolvedores ainda precisam revelar o potencial do 5G

Paulo Cesar Teixeira comanda a unidade de consumo e PMEs da Claro e diz que as teles estão habilitando as redes e cabe aos desenvolvedores criar as aplicações para um novo patamar de inovação do 5G.

Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro Brasil

A Claro vem colhendo resultados da implantação do 5G da principal maneira esperada por uma operadora, ou seja, provendo mais dados, mas espera que desenvolvedores revelem o potencial pleno da tecnologia.

A nova rede está sendo implantada nos grandes centros urbanos, inclusive periferias, e a demanda é crescente, diz Paulo César Teixeira, CEO da unidade de consumo e PMEs da companhia, em conversa com Tele.Síntese na tarde de quinta, 3.

No entanto, avalia o executivo, cabe aos desenvolvedores dar o passo decisivo. “A operadora habilita a rede, mas têm que vir os desenvolvedores. A era do 5G ainda está para chegar. Não tem que ser a operadora [a identificar usos inéditos], a operadora é uma habilitadora. A tecnologia vai assumir novos papéis na medida em que novos players entram no mercado com as soluções inovadoras“, afirma.

Com ou sem a inovação de desenvolvedores, a Claro identifica retorno nítido com o 5G. Segundo o CEO, a grande aplicação tem sido a banda larga ultra rápida no celular, como esperado. “O enchanced mobile broadband é onde está o tráfego dos smartphones, tanto no residencial, quanto no corporativo”, lembra.

Por isso mesmo a estratégia da Claro tem sido focar na construção da rede 5G em menos cidades que operadoras rivais, porém de forma mais “robusta”, segundo Teixeira. “A escala vem com a experiência do cliente. Quando a gente mede o NPS [índice de satisfação do consumidor], o 5G tem 20 pontos acima do 4G, então a lógica é cobrir bem”, afirma.

Segundo ele, o plano da Claro é cobrir bem os grandes centros e depois ir avançando ao interior, em ritmo um pouco superior à exigência regulatória. “Tem as obrigações que vencem em meados do próximo ano, e estamos um pouco às frente inclusive em relação a elas. Vamos nesta lógica de cobrir super bem uma cidade, e depois, na sequência, as cidades menores”, acrescenta.

Ele observa que a demanda por velocidade e capacidade é alta em qualquer parte, no bairro rico e no bairro pobre. “Estendemos muito a cobertura 5G nos grandes centros. A gente percebeu claramente que já havia demanda. Nos surpreendeu que começamos a reforçar a capacidade em áreas mais periféricas, e a demanda está lá”, diz.

A Claro já cobriu “praticamente todos os bairros” de São Paulo. Assim como os de Campinas, Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro. “Nestes mercados, a cobertura está muito robusta. Inclui periferia e vemos demanda por 5G. As pessoas, podendo comprar, compram um celular 5G”, comenta.

Os preços dos aparelhos de quinta geração vem caindo, o que ajuda. Mas ainda não será neste ano que chegará ao mercado um modelo super acessível: “O celular de R$ 600 não vai chegar a tempo do Natal”, observa.

O FWA, outra aplicação vista com interesse pelas operadoras, por enquanto é encarada como uma cerejinha no bolo. “O FWA é um complemento. Quem tem assinado são clientes que querem mobilidade na banda larga fixa, que mudam de local de trabalho com certa frequência. Há também muita aplicação no B2B de backup”, resume. Em suma, não compete com a banda larga fixa tradicional  e nem desperta a demanda massiva que o aumento da velocidade no smartphone provoca.

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Rafael Bucco

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