Operadoras falham em comunicar benefícios do 5G além da conectividade

Pesquisa da IDC aponta que só 22% dos consumidores dizem ter certeza de que vão migrar para planos com 5G nos próximos 12 meses. Entre empresas, há ainda desconhecimento de como a 5G será usada para ampliar a produtividade.
Crédito: Freepik
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Uma pesquisa feita pela consultoria IDC Brasil com consumidores de varejo e corporativos de telefonia móvel mostra que as operadoras não estão conseguindo gerar expectativa acerca dos benefícios da 5G para além da conectividade.

Segundo o gerente para o segmento de telecom da IDC, Luciano Saboia, os dados de levantamento mais recente com clientes B2C (varejo) e uma pesquisa em andamento no B2B, mostram que o interesse pela quinta geração se concentra em velocidade de transmissão de dados e baixa latência. Poucos mencionam novos serviços, como educação e treinamento através de realidade virtual, sinalização digital, controle de robôs e automação, gerenciamento de frotas, telemedicina ou carros conectados.

No caso da pesquisa com o consumidor final, a IDC ouviu 723 pessoas no Brasil. Nas empresas, a pesquisa está em andamento, e por enquanto ouviu 51 representantes de grupos com mais de 100 funcionários.

“Com a proximidade da estreia do 5G standalone nas capitais as operadoras devem investir em comunicação para informar as pessoas sobre as possibilidades do 5G. Até o momento, vemos que para o usuário final ainda há desconhecimento sobre o que o 5G pode de fato significar, que benefícios e transformações pode promover”, disse Saboia.

O material da IDC indica que somente 36% dos clientes móveis afirma saber o que é 5G no Brasil. Outros 59% dizem que têm uma vaga noção do que se trata.

Isso se impacta negativamente o interesse do consumidor em ter serviços 5G. Apenas 22% dos entrevistados entre o consumidor final pretendem mudar para serviços 5G nos próximos 12 meses “com certeza”. Já 42% dizem achar provável esta mudança. O restante se divide entre indiferentes e pessoas que não querem mudar de serviço.

Nas empresas, a falta de conhecimento sobre o 5G é sentida pelo baixo conhecimento de benefícios que vão além da conectividade. “Ainda não está evidente no segmento B2B a transformação que o 5G pode produzir nos negócios”, afirma Saboia.

Para 54% dos entrevistados corporativos, o 5G vai melhorar a conectividade nos escritórios. Dos outros, a maioria cita como melhorias técnicas do 5G a baixa latência, a possibilidade de uso realidade virtual via rede móvel, ou o 5G DSS. Menos executivos falam em ondas milimétricas, computação de borda ou fatiamento de rede (network slicing), características que devem levar às maiores transformações na forma como as aplicações funcionam e são utilizadas.

As empresas também afirmam que o 5G será contratado através das operadoras móveis. No Brasil, 41% das empresas afirma que este será o caminho. Seguido de integradores de sistemas (20%), ISPs regionais (12%), provedor de solução IoT (10%), entre outros.

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Rafael Bucco

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