Operadoras entregam ao MP-SP cronograma de enterramento de fios em São Paulo
As operadoras de telecomunicações, representadas pela Telcomp, entregaram ao Ministério Público de São Paulo ontem, 12, um cronograma para o enterramento de fios em 52 km de vias. O cronograma havia sido pedido pelo órgão em novembro, a fim de verificar se as teles têm, ou não, cumprido compromisso firmado em 2017 com a prefeitura da cidade.
Segundo a Telecomp, o plano apresentado é o mesmo entregue à prefeitura em 2017, e diz que os cabos aéreos (instalados em postes da Enel, a companhia distribuidora de energia elétrica no município) das áreas escolhidas serão colocados sob a terra até o final de 2020.
Em 2017, a prefeitura anunciou o enterramento de 62,5 Km de cabos na cidade até 2019. A data desagradou as empresas, que apontaram sua inviabilidade. Já neste ano, o discurso oficial era outro, e o prazo passou para o final de 2020.
No momento, ao menos 10 km de fios já foram transferidos para dutos. Em áreas do centro e da Vila Olímpia, bairros que serão contemplados, os fios continuam nos postes, embora as obras civis para construção ou liberação dos dutos já tenham sido concluídas.
“Agora está havendo o trabalho de cada operadora em enterrar a fiação neste locais. Para isso não é só passar o cabo, tem que ir em cada prédio, em cada unidade, fazer a mudança no acesso. E isso leva tempo”, diz João Moura, presidente executivo da entidade. Segundo ele, são cerca de 30 as operadoras que têm cabos aéreos nas regiões contempladas e terão de fazer a migração.
O pedido do MP-SP para receber o cronograma se insere em um processo de acompanhamento de enterramento da rede elétrica, iniciado em 2012, sobre os trabalhos da Eletropaulo. A distribuidora de energia hoje se chama Enel, segue com programa próprio para enterramento de cabos elétricos e retirada de postes. Mas condiciona a iniciativa a acordos com as operadoras, que alugam a rede aérea para a passagem de cabos ópticos e de cobre.
Segundo MP-SP, no entanto, o acordo é que as teles concluam o enterramento em no máximo seis meses. “Caso não ocorra, a promotoria tomará providências cabíveis”, diz, lembrando que houve acordo entre prefeitura, distribuidora de energia, operadoras e o MP.