Operadoras de satélite querem neutralidade tecnológica nas obrigações do leilão 5G

Compromissos de construção de backhaul em cidades pequenas e de cobertura 4G podem ser acelerados com uso do satélite, defendem Hispamar, Intelsat e SES

O próximo leilão de frequências da Anatel trará obrigações às quais as compradoras deverão se submeter. Entre essas obrigações, está levar backhaul em fibra óptica para cidades não atendidas pela tecnologia. Para o setor satelital, no entanto, a proposta precisa ser revista. As operadoras móveis deveriam ser livres para cumprir as obrigações de cobertura com a tecnologia que acharem mais conveniente. E o satélite teria papel fundamental.

Durante o terceiro episódio da série de lives Tudo Sobre 5G, organizada pelo Tele.Síntese, representantes do setor satelital defenderam mudanças no que tange aos compromissos de quem arrematar espectro. Para Luis Fernando Fernandes, da Hispamar, é preciso reconhecer a importância do segmento para conectar um país com características continentais como o Brasil.

Michelle Caldeira, diretora regulatória da SES, a abordagem da Anatel precisa adotar a neutralidade tecnológica. “A gente pontuou também que as vencedoras do certame devem poder avaliar se a fibra é a melhor escolha, ou a combinação de tecnologias. Mas que a escolha caiba ao prestador de serviços”, afirmou.

Para Márcio Brasil, da Intelsat, a agência deve levar em conta o uso do satélite no backhaul da telefonia móvel, tanto na 5G, como na 4G, que ainda terá anos de vida. “O satélite vai ser o meio mais rápido para as operadoras fazerem a implantação em áreas menos populosas, mesmo próximas de grandes centros urbanos. E não só. A minuta do edital traz muitas obrigações de implantação de 4G em cidades pequenas e estradas, que vão depender do satélite”, lembrou.

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Rafael Bucco

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