Oi: uso da rede da V.tal pode ser renegociado por comprador da ClientCo
O CEO da Oi, Rodrigo Abreu (foto acima), disse hoje, 9, que o contrato de utilização da rede da V.tal não deve ser encarado pelo mercado como um impedimento à venda total ou parcial da ClientCo. Segundo ele, esse contrato pode ser renegociado pelo potencial comprador.
“Sabemos que parte das primeiras condições definidas com a V.tal [quando ela comprou o controle da unidade de infraestrutura de fibra da Oi] serão discutidas com potenciais compradores e a V.tal. Não vejo nenhum impedimento da relação que temos com a V.tal [para a venda]”, afirmou na conferência dos resultados do terceiro trimestre deste ano.
Abreu, o presidente da Oi, afirmou que os assessores financeiros contratados pela operadora estão ouvindo o mercado a fim de definir o próximo passo. Isso inclui apontar respostas para como fica o acordo de uso de rede da V.tal, quanto da base de clientes ou da participação social da unidade pode ser vendida, e qual o valor total do ativo.
“A consulta que estamos fazendo junto ao mercado vai apontar os pontos críticos que precisaremos abordar no futuro”, resumiu ele.
Fatiamento?
O executivo considera como pouco provável, também, aparecer algum comprador querendo apenas uma parte da base de clientes da ClientCo. “Quando a gente pensa estrategicamente, não faz sentido vender pedaços de base porque este é um business que depende de escala”, observou.
Vale lembra que a Oi Móvel foi vendida em pedaços para Claro, TIM e Vivo. Cada operadora comprou uma quantidade de clientes, estações móveis e, no caso de TIM e Vivo, espectro celular da Oi.
Em resumo, Abreu contou que os assessores estão consultando o mercado e elaborando estudos que vão apontar se vale a pena para o grupo vender a ClientCo total ou parcialmente de forma a contribuir para a sustentabilidade da empresa, que está em recuperação judicial.
“Estão sendo feitos vários cenários, mas a priori, entendemos que, assim como a participação em Vtal, a operação de cliente tem valor significativo, é das maiores operações de fibra do brasil, e vai nos ajudar a cumprir obrigações de pagamento de dívida, de criação de uma estrutura que pare de pé e seja sustentável para poder virar, de fato, uma companhia normal”, concluiu.