Oi teve prejuízo de R$ 5,44 bilhões em 2023

Operadora terminou ano com 4 milhões de clientes na Oi Fibra, que gerou receita de R$ 1,1 bilhão. Auditor ressalta que futuro da companhia depende do plano de recuperação final a ser votado pelos credores. Empresa revê para baixo valor do DTH.

(crédito: Reprodução)

A Oi divulgou o resultado financeiro de 2023, no qual teve prejuízo de R$ 5,44 bilhões. Com isso, o patrimônio líquido do grupo passou de R$ 21,8 bilhões negativos para R$ 27,28 bilhões negativos. A empresa, vale lembrar, passa por recuperação judicial e está finalizando o plano ao qual chegou a termo com a maioria dos credores financeiros, com o objetivo de retomar a sustentabilidade.

A companhia registrou receita líquida de R$ 9,7 bilhões em 2023, retração de 7,9%. Chegou a apresentar lucro bruto (antes de resultado financeiro) de R$ 433,58 milhões. Mas a gestão do passivo, que inclui a dívida, passa de R$ 63 bilhões levou a prejuízo financeiro de R$ 7 bilhões, antes de impostos. Após diferimentos, chega-se ao prejuízo líquido de R$ 5,44 bilhões.

Não à toa, o novo plano de recuperação foca em uma redução de 70% da dívida com credores financeiros. A auditoria independente do balanço, PricewaterhouseCoopers, conclui em seu seu relatório que “a geração futura de caixa operacional suficiente para investimentos e pagamento de suas obrigações depende, também, do sucesso na implementação do Plano Estratégico de negócios das atividades remanescentes ‘core’ da Companhia e na readequação da sua estrutura de custos, bem como da busca e criação de novas fontes de receita, especialmente na área de soluções digitais e conexões de fibra óptica”.

Os negócios se comportaram como esperado. A Oi Fibra, foco principal da companhia a partir da reestruturação iniciada em 2016 e intensificada em 2020, cresceu. Gerou receitas de R$ 4,42 bilhões em 2023, alta de 10,77% sobre 2022. A Oi Soluções, braço para atendimento corporativo, ficou praticamente estável, com receita de R$ 2,74 bilhões, ante R$ 2,78 bilhões no ano anterior. Enquanto os serviços legados de telefonia fixa e DTH encolheram 37%, somando receitas de R$ 2 bilhões.

No balanço, a Oi informa que reviu o valor da sua unidade de TV paga por satélite. A empresa tentou vender o ativo por R$ 786 milhões à Sky, mas as negociações não foram concluídas devido à desistência da compradora. Agora, a companhia atribui à unidade valor de R$ 521,48 milhões, em razão de depreciação. As vendas de TV somaram receitas de R$ 247,66 milhões em 2023, praticamente estáveis.

O grupo Oi encerrou o ano com caixa de R$ 1,79 bilhão, uma redução de R$ 1,21 bilhão ano a ano. Somando-se aplicações financeiras, o caixa final considerado pela companhia é de R$ 2,19 bilhões.  A redução ocorreu, principalmente, pelo volume do Capex e do pagamento de obrigações pontuais, como passivo oneroso e fornecedores parceiros, explica.

Em termos operacionais, a companhia terminou o ano com 4 milhões de assinantes de banda larga fixa, ganhando 119 mil usuários. O ritmo de expansão diminuiu. Em 2022, foram 530 mil adições. Como resultado, a taxa de ocupação da rede caiu 2 p.p., para 18,2%. E o market share em fibra também diminuiu 2 p.p., para 17%. A receita média por usuário se manteve estável em R$ 91.

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Rafael Bucco

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