Oi tem prejuízo de R$ 9 bilhões em 2019
A Oi divulgou na madrugada desta quinta-feira, 26, os resultados financeiros do grupo em 2019. A companhia apurou prejuízo líquido atribuível a acionistas controladores de R$ 9 bilhões.
O resultado foi impactado pela variação cambial resultante da desvalorização do Real em 2019, da atualização monetária das provisões para contingências, juros sobre arrendamentos devido a implementação do IFRS 16, além dos custos e despesas usuais da Companhia.
O EBITDA de rotina teve queda de 23,7%, a R$ 4,46 bilhões. Considerando o novo padrão IFRS16, o EBITDA ficou em R$ 6 bilhões.
A receita líquida consolidada totalizou R$ 20,136 bilhões no ano de 2019 com queda de 8,7% em relação a 2018. Desse montante, R$ 7,26 bilhões correspondem ao segmento Residencial (-13,5%), R$ 7,01 bilhões ao segmento de Mobilidade Pessoal (-2,8%), R$ 5,52 bilhões ao segmento B2B (-7,6%).
A tele manteve a previsão estimada do Capex, em 2019, mas também fez uma pequena antecipação, chegando a R$ 7,4 bilhões em dezembro. Para 2020, prevê a manutenção dos níveis de investimento em R$ 7 bilhões.
O resultado levou a aumento do endividamento do grupo. O bruto passou de R$ 16,45 bilhões para R$ 18,22 bilhões. Já a dívida líquida aumentou de R$ 11,82 bilhões para R$ 15,92 bilhões. Conforme a empresa, a elevação foi resultado do acréscimo de juros em moeda nacional e estrangeira, da amortização do ajuste a valor presente (AVP), bem como da desvalorização do Real frente ao Dólar no ano, que foi de 4,0%. Ao final de dezembro, a parcela da dívida em moeda estrangeira representava 52,2% da dívida a valor justo e o prazo médio consolidado encontrava-se em cerca de 11 anos.
O caixa consolidado da Companhia ao final de 2019 totalizou R$ 2,3 bilhões, nova redução no ano, desta vez de 50,3%. A queda no nível do caixa se deveu à estratégia de investimentos, previsa no plano estratégico.
Operacional
A Oi terminou o ano de 2019 com 7 milhões de clientes de telefonia fixa no segmento residencial, redução de 15,4% em relação ao 2018, refletindo a tendência de queda de demanda por voz e substituição por dados.
A Companhia fechou o ano com 4,2 milhões de clientes de banda larga fixa no segmento residencial, redução de 13,9% versus 2018. A queda se justifica principalmente pela maior competição de players locais que oferecem serviços de banda larga em pequenas cidades, fora dos grandes centros urbanos.
No entanto, a tele vem conduzindo investimento para crescer no segmento. Em dezembro, o serviço Oi Fibra, lançado há cerca de um ano, superou a marca de 675 mil clientes e expandiu sua oferta para 86 cidades, em todas as regiões do país e superou os 4,6 milhões de homes passed (casas que podem assinar o serviço). A velocidade de implantação está acima do previsto e até abril de 2020 a expectativa é alcançar 130 cidades. O plano prevê 16 milhões de casas passadas com fibra até o final de 2021.
No produto de TV paga, a companhia apresentou o melhor desempenho do mercado no ano, +0,5p.p. de market share, alcançando 9,6% do mercado brasileiro em dezembro de 2019.
A Oi fechou 2019 com 34 milhões de clientes no segmento de mobilidade pessoal, uma redução de 2,9% quando comparado a 2018. Nos últimos doze meses, essa redução é representada por 1,02 milhão de UGRs, sendo 2,81 milhões usuários pré-pagos e adição de 1,78 milhão de assinantes de pós-pagos.
A redução do pré é reflexo da tendência do mercado de consolidação de chips. A Oi praticamente manteve seu patamar de market share no pré (21,0% versus 20,9%). Por outro lado, no pós-pago, impulsionado pelos investimentos em 4,5G que propiciaram o lançamento de um novo portfólio de ofertas, a Oi reverteu a tendência dos últimos anos e conseguiu adicionar mais de 1,7 milhão de clientes à sua base.
A Oi encerrou 2019 com uma base elegível ao Oi Play, de 4,4 milhões de clientes (1,4 milhão – clientes TV, 1,8 milhão – clientes banda larga, 1,2 milhão – clientes Móvel), 21,6% dessa base já acessou a nova plataforma.
No B2B, a Oi encerrou 2019 com 6,59 milhões (6,72 milhões em 2018) UGRs, uma redução de 1,7%. Para o segmento corporativo, os esforços continuaram na venda dos serviços de Dados e de TI para capturar novas e crescentes demandas de mercado e reduzir a dependência dos serviços de voz.
4º trimestre
Considerando apenas os resultados do quarto final de 2019, a operadora registrou receita líquida de R$ 4,91 bilhões (-8,4% sobre o mesmo período de 2018). O EBITDA de rotina ficou em R$ 1,01 bilhão (-19,1%). E o prejuízo foi de R$ 2,26 bilhões (menor em 32,6%).
A exposição aos serviços ligados ao cobre nos segmentos residencial e B2B e a contínua queda do tráfego de voz são os principais fatores que contribuíram para esse resultado. Por outro lado, o rápido crescimento da receita de FTTH do residencial, de TI do corporativo e de dados do segmento de mobilidade pessoal, impulsionada pelo forte crescimento do pós-pago, compensaram parcialmente essa queda.