Oi tem prejuízo de R$ 321 milhões no 2º trimestre

Prejuízo da Oi só não foi maior devido às vendas da Oi Móvel e do controle da V.tal, concluídas no período. Receita das operações continuadas cresceu 1%, mas empresa registrou fortes perdas com câmbio, juros e cobranças tributárias.

A Oi divulgou na noite desta quinta-feira, 11, os resultados do segundo trimestre do ano, no qual acumulou prejuízo de R$ 321 milhões. Um ano antes, a empresa registrava lucro de R$ 1,39 bilhão.

A operadora sentiu o impacto negativo da desvalorização do real em relação a outras moedas e também apresentou alta despesa financeira e tributária, que foram compensados pelas vendas da Oi Móvel e do controle da V.tal. Sem as vendas, o prejuízo teria sido maior.

As receitas do grupo também caíram. Ficaram em R$ 2,77 bilhões, baixa de 36,9% na comparação anual. Vale ressaltar que a companhia selou a venda da Oi Móvel para as rivais Claro, TIM e Vivo. Também concluiu da venta do controle da V.tal para o banco BTG. Sem estes negócios, a receita encolheu.

O EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 388 milhões, baixa de 69,8%.

Em compensação, a venda dos ativos nos últimos 12 meses foi usada para abatimento da dívida. A Oi terminou junho com endividamento líquido de R$ 16 bilhões, ante R$ 25,69 bilhões no segundo trimestre de 2021.

O caixa também cresceu, passou de R$ 1,98 bilhão em 2021 para R$ 5 bilhões agora.

O Capex (investimentos de capital) caiu 79,5% na comparação ano a ano, para R$ 388 milhões no segundo trimestre de 2022.

A Oi avisou ainda que sofreu forte impacto negativo em razão da desvalorização cambial. Enquanto no segundo trimestre de 2021 a empresa registrava ganhos de R$ 1,92 bilhão nesta linha, agora perdeu R$ 1 bilhão.

Operações continuadas

Para comparar melhor os resultados de antes e depois, sem os efeitos da venda de ativos, a Oi colocou no balanço a rubrica “operações continuadas”, ou seja, aquelas que existiam antes e continuam a existir atualmente dentro do grupo.

Neste caso, o cenário é melhor. As receitas das operações continuadas cresceram 1% e somaram R$ 2,23 bilhões. A receita com fibra, carro chefe da companhia, aumentou 39,7% em relação ao segundo trimestre de 2022 e somou R$ 958 milhões.

A Oi terminou junho com 12,83 milhões de clientes, dos quais, 7,26 milhões na fibra óptica. A Oi Soluções representava 2,28 milhões de assinantes. Enquanto os serviços legados, de telefonia em cobre na área de concessão, tinha 3,15 milhões de usuários. A receita líquida dos serviços legados totalizou R$ 502 milhões, queda de 40,5% em relação ao 2T21.

Venda da TV paga

A receita líquida da operação continuada da TV DTH foi de R$ 312 milhões no 2T22, redução de 12,4% em relação ao 2T21. Esta queda está relacionada à queda da base, que foi de 5,4% na comparação sequencial e de 22,2% no comparativo anual.

“Espera-se que até 2023, a venda da operação de TV DTH, que já tem o term sheet com a Sky assinado, seja concluída. Quando concluída, a receita e os custos de conteúdo associados não serão mais de responsabilidade da Companhia, a partir do closing. Com os recursos da operação, a Companhia espera financiar o contrato oneroso de capacidade satelital”, diz a Oi no relatório.

Cenário melhor

No relatório, a Oi admite redução no ritmo de atração de clientes para a fibra em relação a um ano antes. Diz que o brasileiro sofre os efeitos da situação macroeconômica, e já há sinais de recuperação da demanda.

A companhia finalizou o 2T22 com 3.678 mil casas conectadas com Fibra (Homes Connected – HCs). As adições líquidas de HCs totalizaram 144 mil acessos no 2T22 (86% das adições foram de clientes residenciais). Nos últimos 12 meses foram adicionadas 839 mil HCs.

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Rafael Bucco

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