Ruralcel: Oi pede um ano a mais e Vivo quer acabar já com o analógico

A Oi quer migrar a base para o satélite mas pede prazo para isso. A Vivo alega que essa decisão está sendo adiada desde 2006

A Oi quer mais um ano para migrar os clientes do Ruralcel, que estão usando a tecnologia analógica AMPS, da rede do celular, para poder migrar essa pequena base de clientes rurais para a tecnologia via satélite. Essa é uma das propostas à consulta pública lançada pela Anatel, e que se encerrou na sexta, dia 19, que faz alterações nas condições de uso das frequências de 800 MHz, 900 MHz, 1.800 MHz, 1.900 MHz e 2.100 MHz.

A Anatel havia estabelecido como data limite para o desligamento da tecnologia AMPS o dia 26 de março, mas decidiu conceder mais 30 dias de prazo e lançar essa nova consulta na qual sugere que, se houver acordo comercial entre as partes (na verdade entre a Oi, que é obrigada a oferecer o serviço e a Telefônica/Vivo que ainda tem a rede analógica) o serviço poderia continuar a funcionar, sem prazo para ser desligado.

Mas a Telefônica Vivo pede, porém, que seja mantida data certa para o desligamento, pois estaria acumulando um “enorme passivo” ao longo dos anos, cuja manutenção mostra-se inviável. A empresa admite que, se houver um acordo comercial razoável ela poderia continuar mantendo a rede analógica.

Não existe mais

Já a Qualcomm defende o imediato desligamento da tecnologia AMPS sob o argumento de que essa decisão está sendo postergada pela Anatel desde 2006, e não existe hoje mais qualquer cliente de celular  que não tenha migrado para a tecnologia digital, o que torna ainda mais injustificável que a rede móvel analógica seja usada para atender um poucos clientes da telefonia fixa.

Além disso, argumentou a fabricante de chip para celular, em todos os países com dimensões iguais as brasileiras também já foi decretado o fim da tecnologia analógica.

Ruralcel

O Ruralcel foi um programa de telefonia rural criado ainda pela Telebras estatal e comercializou vários terminais rurais nas primeiras redes analógicas de celular  das operadoras estatais. Com a privatização das empresas, ficou decidido que esses clientes passariam a integrar a base das concessionárias de telefonia fixa, embora continuassem a ser atendidos pelas redes das operadoras de celular, quando haveria uma remuneração pelo uso dessas redes.

Com a digitalização das redes de celular, as operadoras móveis passaram a alegar que a manutenção dessa rede estava ficando muito cara, e no final só mesmo a Oi ficou com  clientes para atender e a Vivo com a rede para oferecer.

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Da Redação

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