Oi queima R$ 1,4 bilhão de caixa entre julho e agosto
As empresas que integram a recuperação judicial do Grupo Oi tiveram prejuízos de R$ 486 milhões em julho e de R$ 429 milhões em agosto e registraram queima de caixa (veja mais abaixo). Os dados aparecem em relatório periódico entregue à Justiça pelo administrador judicial da companhia na última semana.
Quanto aos investimentos, em julho a Oi realizou aportes de R$ 133 milhões, R$ 28 milhões a mais do que em junho. Em agosto, o Capex diminuiu R$ 19 milhões, para R$ 114 milhões.
O relatório do administrador, Arnoldo Wald, mostra que em julho a Oi somou recebimentos de R$ 1,041 bilhão. E em agosto, R$ 1,052 bilhão. Em compensação, teve custos de R$ 1,39 bilhão e de R$ 1,36 bilhão nos respectivos meses.
Segundo a empresa, houve gastos extraordinários relacionados ao pagamento de bonificações vinculadas “ao programa de venda de ativos”. Estes gastos adicionais aparecem na rubrica de Pessoal, e somam R$ 10 milhões. Também pesaram custos com os fechamentos das vendas de Oi Móvel e V.tal, que levaram a alta de R$ 255 milhões na rubrica de fornecedores, 29% a mais que em junho.
Como resultado, a empresa amargou queima de caixa de R$ 438 milhões em julho, e de R$ 1 bilhão em agosto. A operadora terminou agosto com R$ 3,16 bilhões em caixa, retração de 24% sobre o mês anterior.
Ao AJ Wald, a diretoria da Oi explicou que saída de caixa refere-se ao aumento de capital realizado pela Oi S.A na V.tal, decorrente da alienação da UPI InfraCo. Também informou que houve pagamento de juros de títulos emitidos no exterior que vencem em 2025.
Em agosto, explica que os pagamentos caíram por não haver o extra pago em bonificações do mês anterior. Além disso, foi positivamente impactada pelo decreto que reduziu o ICMS sobre serviços de telecomunicações, o que retirou R$ 128 milhões das despesas tributárias.
O relatório não tem, ainda, dados de setembro. A operadora vai divulgar os resultados completos do terceiro trimestre em 9 de novembro.