Minoritários pedem que Anatel investigue executivos da Oi

Associação de Minoritários (Aidmin) acusa presidente atual de promover um "conchavo" com bondholders para aprovar plano de recuperação judicial.
(Crédito: Sshutterstock_ Ostill)
(Crédito: Sshutterstock_ Ostill)

O escritório de advocacia Almeida Advogados, que representa a Associação dos Acionistas Minoritários (Aidmin), entrou com uma reclamação na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contra integrantes da diretoria da Oi.

Os advogados acusam executivos da companhia de ações ilícitas. Afirmam que os diretores e membros do conselho teriam escondido operações financeiras da contabilidade da empresa, sonegado informações ao mercado e agido “em conchavo” com os credores para conseguir a aprovação do plano de recuperação judicial.

No documento, pedem que a Anatel investigue atitudes de nada menos que 41 executivos e empresas. Entre os executivos da Oi citados estão Zeinal Bava, Bayard Gontijo e Marco Schroeder (ex-presidentes), Carlos Brandão (CFO atual) e Eurico Teles (CEO atual), José Mettrau (presidente do conselho de administração).

Também pedem a investigação de atitudes de empresas e executivos ligados a fundos de investimentos que participaram das negociações para definição do plano de recuperação judicial. Entre estes, apontam representantes da Moelis & Co e do G5/Evercore.

Os minoritários afirmam, ainda, que vão acionar o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e até a Justiça dos Estados Unidos, onde a Oi vende títulos de dívida e negocia ações.

Outro lado

A Oi, por sua vez, rechaça todas as acusações. Diz que os minoritários questionam decisões tomadas pela Justiça no que diz respeio à recuperação judicial. Defende que a Aidmin faz acusações sem fundamento e levanta suspeita sobre quem de fato a associação representa. Acrescenta que as acusações são “levianas” e que a empresa sempre respeitou os ritos judiciais e padrões de governança.

“A Oi vê com estranheza as manifestações da Aidmin, suposta representante de minoritários, que de forma leviana tenta questionar o cerne de decisões tomadas pelo juiz da 7a Vara Empresarial do Rio de Janeiro no âmbito do processo de recuperação judicial”, diz a empresa.

Para a empresa, a Aidmin mete os pés pelas mãos. “Insatisfação em face do resultado de uma assembleia legítima homologada pela Justiça é uma coisa. Outra, bem distinta e injustificável, é proferir acusações desprovidas de fundamentos”, afirma, em nota.

Por fiz, chama a atitude da Aidmin de irresponsável. “A empresa enfrentará com tranquilidade nas esferas pertinentes qualquer questionamento e tomará as devidas medidas para proteger sua reputação e seu negócio de caluniosos ataques que potencialmente prejudicam suas operações. A Oi acrescenta que responde e presta todos os esclarecimentos em sede dos processos em trâmite perante as instâncias e autoridades competentes em relação aos fatos mencionados na petição da Aidmin”.

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Rafael Bucco

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