Oi adia emissão de dívida para depois do leilão da ClientCo

Oi e credores concordam em adiar prazo de emissão de nova dívida, parte fundamental do plano de recuperação da tele, para 31 de julho. Nesta semana, acontece a venda da ClientCo, a Oi Fibra, avaliada pela companhia em R$ 7,3 bilhões.

Foto: Freepik

A Oi avisou nesta segunda-feira que adiou a emissão da dívida “roll-up” e do “novo financiamento” para depois do resultado da venda da ClientCo (a Oi Fibra). A empresa deveria emitir até hoje, 15 de julho, os títulos da nova dívida, conforme o plano de recuperação judicial aprovado em abril. No entanto, postergou tal iniciativa até 31 de julho, após concordância de credores.

Na próxima quarta-feira, 17 de julho, acontece o leilão da Oi Fibra, com abertura de propostas enviadas ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A companhia precificou o ativo em R$ 7,3 bilhões. O valor levantado é uma das garantias à tomada da dívida roll-up e do novo financiamento.

Após a apresentação das propostas na quarta, o administrador judicial terá 2 dias para enviar as ofertas a credores da Oi, que por sua vez terão mais 10 dias para dizer se concordam com os valores apresentados. Se não concordarem, então a V.tal deverá arrematar, em segunda rodada, a ClientCo. Mas neste caso, o negócio envolverá a troca de ações, em vez de pagamento em dinheiro.

A dívida roll-up da Oi prevista o plano de recuperação judicial somará R$ 6,75 bilhões. Já o Novo Financiamento diz respeito a um aporte adicional de US$ 655 milhões por credores para refinanciar o empréstimo emergencial que a companhia já tomou e cumprir outras obrigações. Tais empréstimos começam a ser pagos pela empresa em 2028 e 2027, respectivamente. A entrada dos recursos da venda de ativos permite antecipações, daí a expectativa dos credores em relação ao leilão da Oi Fibra nesta semana.

Como não poderia deixar de ser, a postergação da emissão da dívida também contempla o adiamento da “condição resolutiva” do plano de recuperação judicial para o mesmo 31 de julho, informou a Oi no fato relevante desta segunda. A condição resolutiva é acionada para invalidar o plano de recuperação caso alguma das partes verifique que ele não foi seguido.

Entre as condições resolutivas estavam a não obtenção dos recursos do novo financiamento até 15 de julho e a não conclusão da venda da ClientCo nem em segunda rodada, compromisso já firmado pela V.tal. Na hipótese de o mecanismo ser acionado, os administradores judiciais da Oi convocarão nova assembleia de credores para votação de novo plano.

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Rafael Bucco

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