“O TCU liberou o modelo de venda do satélite da Telebras”, afirma Valente

O diretor de operações da Telebras, Jarbas Valente, em longa entrevista ao Tele.Síntese (que pode ser lida na íntegra) fez inúmeras afirmações instigantes. Entre elas, que o TCU aprovou o modelo de venda do satélite; que o Executivo não deu qualquer orientação para a estatal deixar de atender órgãos do governo; que a banda reservada à Telebras vai atender também governos estaduais e municipais; que a Telebras não é governo para estabelecer meta de cobertura em edital; e que PNBL manda apenas atender a demanda por banda larga, e demanda "social" virá com antena de WiFi.

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O diretor de operações da Telebras – Jarbas Valente – concedeu uma longa entrevista ao Tele.Síntese, quando apresentou um balanço de sua gestão (está no cargo desde agosto do ano passado), afirmando que sem a sua intervenção e elaboração do modelo de venda do satélite da Telebras (quando será licitado para três operadoras privadas em leilão pelo maior preço) a empresa não teria condições de prestar o serviço. Afirma também que o Tribunal de Contas da União aprovou a modelagem proposta – até mesmo a do preço mínimo sigiloso, adotado, segundo ele, para evitar coluio.

O executivo disse ainda que não há qualquer orientação do Executivo para a estatal não prestar serviços aos entes do governo – apesar de o secretário de Telecomunicações, André Borges, ter afirmado aos jornalistas que o governo pensa em modificar o decreto que deu preferência à Telebras na oferta de rede de telecomunicações à administração federal e suas empresas – e que, sob sua direção, a empresa já fechou mais de quatro contratos, além do último com a DataPrev.

Valente afirma  que o modelo de prestação de serviço dentro do espectro de 11 Gbps do satélite que está previsto para o quinhão da Telebras irá incluir o atendimento às escolas, saúde, segurança e também às demandas dos governos estaduais e municipais.

E disse mais: com esse modelo, a Telebras estará cumprindo o seu papel no PNBL (um dos  motivos para a empresa ter ganho a licença da posição orbital brasileira, sem licitação, quando pagou apenas R$ 2 milhões), pois o programa, em seu entender, em nenhum momento prevê o atendimento residencial a preços subsidiados. Mas assinalou que o projeto social estará contemplado com a instalação das antenas WiFi em praça pública, que integraa a modelagem da prestação de serviço Telebras aos municípios brasileiros.

O executivo acredita firmemente que as empresas que comprarem a capacidade do satélite da Telebras irão oferecer o serviço para o mercado residencial, (e não corporativo), simplesmente porque há muita demanda não atendida no mercado brasileiro. Ele assinala que se não fizerem isso, em breve sofrerão competição direta também da empresa norte-americana de satélite a ViaSat, que em 2019 deve lançar o seu maior satélite – o ViaSat3-, com a enorme capacidade de 1 terabyte (ou 1000 Gbps), para cobrir também toda a América do Sul.

Segundo Valente, a preparação e ampliação da rede terrestre da operadora vai custar pouco mais de R$ 400 milhões, muito acima dos  R$ 100 milhões de orçamento que o governo destinou para a Telebras este ano,- e por isso a solução proposta. E promete que esse modelo irá viabilizar o lançamento do segundo satélite. Para essa licitação, ele espera a participação de três grandes grupos de telecomunicações

A íntegra da entrevista está aqui.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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