O efeito Pokémon Go sobre as redes do Rio

Lançamento do app fez o tráfego das lojas de aplicativos do Google e da Apple mais que dobrar. Uso do game também aumentou a demanda por rede na cidade.
Imagem feita por Ed Woo - https://www.flickr.com/photos/edowoo
Imagem feita por Ed Woo – https://www.flickr.com/photos/edowoo

O lançamento do game Pokémon Go no Brasil, na última quarta-feira, levou uma multidão de adolescentes às ruas e parques para caçar os bichinhos virtuais. Mas, para além do contingente que é visível nas ruas se arriscando no trânsito e aparentemente fotografando o nada, há um impacto monumental nas redes. A empresa Procera, que acompanha o desempenho de redes mundo afora, montou suas estações de diagnóstico no Rio de Janeiro para acompanhar o fluxo resultante das Olimpíadas. E captou mais do que esperava com o início do funcionamento dos servidores do jogo no país.

Na área da capital fluminense, o jogo causou dois gigantescos picos de tráfego de dados: primeiro, quando dezenas de milhares de pessoas correram para Play Store e AppStora para baixar o aplicativo; e, segundo, quando passaram a usar as redes móveis para jogar ao ar livre.

Os gráficos da Procera mostram que na noite de quarta-feira o volume de dados baixados nas lojas de apps de Google e Apple mais que dobrou, exigindo mais 10 Gbps em cada caso. Aliás, no caso da Apple, o fluxo parece ter sido quase cinco vezes mais alto.

BrazilAndroid pokemon go pico
Gráfico feito pela Procera mostra pico de downloads de aplicativos nas lojas Android, na área do Rio de Janeiro, na noite de quarta-feira
BraziliTunes pokemon go pico
Gráfico feito pela Procera mostra pico de downloads de aplicativos na AppStore, na área do Rio de Janeiro, na noite de quarta-feira

A empresa não informa a quantidade de downlads e contas criadas no Pokémon Go desde então. Mas afirma que, em poucas horas, registrou a conexão ativa de “dezenas de milhares” de usuários. A curva de uso se manteve em crescimento na quinta-feira, 04, comprovando a adesão ao game.

Cam Cullen, vice-presidente de marketing da Procera, conta que o jogo demonstra um consumo de banda simétrico, ou seja, faz downloads e uploads em quantidades quase idênticas ao longo do uso. “É possível para a operadora prever, com precisão, a demanda em sua rede causada pelo jogo – ao contrário do que acontece com serviços de streaming de vídeo, que varia conforme o dispositivo, tela etc”, explica. O consumo do Pokémon Go é baixo, “mas quando se tem milhões de pessoas usando ao mesmo tempo, causa impacto. Se o app não fosse tão bem escrito, já estaria consumindo 30% a 50% da banda da rede”, acrescenta.

Este gráfico mostra o tráfico gerado pelo app desde o lançamento, no Rio
Este gráfico mostra o tráfego gerado pelo app Pokémon Go desde o lançamento, no Rio

 

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Rafael Bucco

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